
Mais uma baixa no Ministério da Educação, sob comando do cada vez mais combalido ministro Ricardo Vélez Rodriguez. Nesta quinta-feira (4), quem deixa a pasta é o escritor Bruno Garschagen, que chefiava o departamento de comunicação e imprensa do ministério.
De acordo com o divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Garshagen seria um dos responsáveis por difundir a polêmica carta enviada para as escolas contendo o slogan de campanha do presidente. O Boletim da Liberdade ainda não conseguiu confirmar a informação. [1]
Crises
A saída de Garschagen, que é conservador e especialista do Instituto Mises Brasil, vem após dois fatos recentes do Ministério.
Em primeiro lugar, o desempenho considerado ruim de Vélez diante da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Além de críticas ferozes da oposição, Vélez decepcionou até parlamentares liberais, como o deputado federal Tiago Mitraud (NOVO/MG).
Marcelo Calero (PPS/RJ), que é ligado ao Livres, chegou a pedir coragem a Bolsonaro de demiti-lo. Para o deputado federal, Vélez mostrou-se “totalmente despreparado” e uma pessoa “sem consciência sobre seus deveres” no comando da pasta.
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O segundo e último fato que influenciou o MEC é o fortalecimento da ala militar, sobretudo sinalizada na recente nomeação do novo secretário executivo (espécie de “vice-ministro”), Ricardo Vieira Machado. Em declarações à imprensa, Machado deixou claro que sua missão seria ajudar a reorganizar a pasta, envolta em crises desde o início do governo.
Cada vez mais especulada (embora negada pelo presidente), há quem diga que a saída de Vélez, agora, é questão de tempo. Uma das pastas de maior orçamento da União, o Ministério da Educação tem sido, há meses, sintoma de preocupações para o governo Bolsonaro.
Sugerido pelo filósofo Olavo de Carvalho para comandar o órgão, Vélez tem histórico nos meios intelectuais. Autor de diversos livros, colaborava ainda como colunista do Instituto Liberal até assumir o comando da Educação. Contudo, a falta de experiência administrativa, respostas evasivas sobre projetos concretos para a educação e foco em questões ideológicas tem sido marcas de sua gestão.
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