João Amoêdo critica fala de Guedes sobre AI-5: ‘prejudica o excelente trabalho’
Presidente do Partido Novo, principal sigla liberal do país, afirmou nas redes sociais que a fala do ministro da economia ‘vai no sentido oposto’ do fortalecimento das instituições
- Publicado no dia

O presidente do Partido Novo, João Amoêdo, criticou no início da tarde desta terça-feira (26) a polêmica declaração do ministro da economia, Paulo Guedes, sobre um novo AI-5. Mais cedo, Guedes havia falado, ainda pela manhã, nos Estados Unidos, que as pessoas não deveriam se assustar caso alguém “pedisse um AI-5” em cenário de “quebradeira”.
“No Estado de Direito, devemos trabalhar diariamente pelo fortalecimento das instituições. A fala de Guedes, sobre o AI-5, vai no sentido oposto, prejudicando o excelente trabalho que o ministro vem conduzindo e tirando o foco das reformas essenciais que ele mesmo propôs e lidera”, escreveu Amoêdo nas redes sociais. [1]

A fala de Guedes
O contexto da fala de Guedes veio após o ministro criticar a possibilidade de a esquerda convocar protestos violentos contra o governo. Tratou-se de uma resposta a uma pergunta sobre as manifestações populares em países vizinhos do Brasil e se o governo estava trabalhando para evitar situações similares no país.
“É irresponsável chamar alguém para a rua agora para fazer quebradeira, para dizer que tem que tomar o poder. Quem acredita na democracia espera a vez de ser eleito, não chama ninguém para quebrar nada na rua”, criticou. [2]
Na sequência, Guedes alertou que caso isso ocorra, ninguém deve se assustar “se alguém pedir um AI-5”. “Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”, perguntou, sem não antes ironizar os que defendem a democracia como princípio inegociável.
“É inconcebível, a democracia brasileira jamais permitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas, quebre tudo, e derrube a força o Palácio do Planalto, jamais apoiaria um AI-5. Isso é inconcebível”, debochou o ministro.
Além de Amoêdo, autoridades como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, citaram negativamente qualquer possibilidade de AI-5.
O Ato Institucional nº 5, como se sabe, foi sancionado no regime militar e marcou o endurecimento da ditadura, proibindo o habeas corpus em casos de crimes políticos e impedindo reuniões políticas sem prévia autorização.
Recentemente, uma declaração sobre um hipotético novo AI-5 chegou a ser citado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) em entrevista a jornalista Leda Nagle.
+ Eduardo Bolsonaro pede desculpas após declaração sobre AI-5 e nega hipótese
+ Livres e PSOL apoiam cassação de Eduardo Bolsonaro após fala sobre AI-5
+ Flávio Bolsonaro critica movimento para cassar irmão e é ironizado ao citar AI-6
Se você acompanha e aprecia o trabalho jornalístico do Boletim da Liberdade, e valoriza a importância de existir um veículo profissional com viés liberal, pedimos que:
➡ Considere fazer uma assinatura solidária ao Boletim. Com uma contribuição mensal, você ajuda que o site continue no ar e possibilita o nosso crescimento. Além disso, recebe benefícios exclusivos. Temos vários projetos na mesa que só serão viabilizados com maior quantidade de assinantes. Saiba mais e assine agora mesmo.
➡ Siga nossas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), inscreva-se em nossa newsletter gratuita semanal e entre em nosso grupo do WhatsApp para recebimento de conteúdos. Curta nossas publicações, compartilhe-as para seus amigos e fale do site para conhecidos e familiares liberais. Toda ajuda faz diferença.