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Executivos interrompem carreiras para tentar a política em 2018

Com carreiras de sucesso dentro e fora do Brasil, alguns executivos estão deixando suas empresas para uma aposta inimaginável há poucos anos: tentar a vez na política para mudar o cenário do país

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Ex-CEO da Fundação Estudar, Tiago Mitraud deve concorrer a deputado federal (Foto: Reprodução/Facebook)

No evento de final de ano da Fundação Estudar em 2017, o então diretor-executivo da organização, Tiago Mitraud, anunciou que estava deixando a função. Discreto, porém, preferiu não compartilhar a razão pela qual havia tomado a decisão com a plateia de duzentas pessoas que assistia a cerimônia. Ao seu lado, estava Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da entidade – e um dos maiores empresários do Brasil. Foi ele quem, ao tomar a palavra, matou a curiosidade dos presentes: Mitraud seria candidato em 2018.

Deixar a iniciativa privada para tentar a carreira pública, porém, não é um movimento isolado de Mitraud. Vem acompanhado de uma verdadeira onda de executivos que, por razões diferentes, decidiram colocar seus nomes à disposição da sociedade nas próximas eleições.

“Assim como boa parte dos brasileiros, durante muito tempo acreditei que a melhor contribuição que eu poderia dar para o Brasil era fazer o meu trabalho muito bem feito. Especialmente por estar no terceiro setor”, comentou Mitraud ao Boletim, que planeja concorrer a deputado federal. A Fundação Estudar, que comandava, é uma das maiores incentivadoras da educação no Brasil, estimulando novas lideranças e concedendo bolsas de estudo nacionais e internacionais para centenas de brasileiros.

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“Após sete anos de trabalho duro e crescimento significativo da fundação que eu presidia, percebi que de nada adiantava contribuir para ela prosperar se o país inteiro estava entrando em colapso. O Brasil escorregou tanto nos últimos anos por um motivo muito claro: nossa classe política é majoritariamente formada por pessoas que não deveriam ocupar posições tão importantes – lhes falta preparo e os princípios éticos necessários para o serviço público”, conclui.

João Amoêdo e Mateus Bandeira, pré-candidatos à presidência da república e ao governo do Rio Grande do Sul pelo NOVO. Ambos também vindos da iniciativa privada. (Foto: Reprodução/Facebook)

Assim como Mitraud, Mateus Bandeira, ex-diretor executivo da Falconi Consultores, é outro nome de peso que estreará nas urnas em 2018. Ele é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Desde 2017, tem produzidos vídeos para ganhar projeção na internet. Recentemente, fez críticas ao acordo local entre o PSDB e o PTB, revelando um pouco do estilo combativo que deve levar à campanha.

No Rio de Janeiro, outro ex-executivo tentará, pela primeira vez, concorrer a um cargo público. Trata-se de Paulo Ganime, de 34 anos, que trabalhava em uma grande multinacional nos Estados Unidos. “Não foi uma decisão fácil. Abandonar a segurança de uma carreira de executivo no exterior para apostar todas as fichas na incerteza de uma carreira política. Entretanto, o desejo de fazer algo que pudesse mudar a realidade do país fez com que mudasse radicalmente a minha vida profissional”, diz Ganime, que também tem atuado como empreendedor após deixar a empresa, onde – engenheiro de formação – trabalhava na parte financeira.

Portador de escoliose e má formação dos membros inferiores congênitos, Ganime também tem seguido a estratégia de Bandeira e apostado em vídeos na internet. Em uma série recente, ele explica sobre assuntos ligados à política, visando conscientizar os eleitores sobre o funcionamento do estado. Em vídeo de agosto, aparece ao lado de Geraldo Rufino, empreendedor, que deve concorrer a uma cadeira no Senado Federal por São Paulo, em sua primeira aventura política.

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Alexandre Prado, coach especialista em desenvolvimento humano, apontou ao Boletim da Liberdade algumas competências que um executivo pode levar para a carreira política. “Planejamento, organização, diplomacia, estratégias de negociação são aspectos muito importantes no mundo corporativo e que no mundo político é fundamental. Também podemos falar de resiliência, ou seja, a a capacidade que o indivíduo tem ao se deparar com uma adversidade ou derrota. Também há a capacidade de articulação, porque no mundo corporativo também é sempre necessária.”.

A inteligência emocional é outro ponto ressaltado por Prado. “O conceito de inteligência emocional de uma forma simples seria o indivíduo ser capaz de identificar uma emoção, lidar com essa emoção, tanto as suas quanto as dos outros. A calma, o equilíbrio, o controle da raiva, o nível de embaraço, a cara de pau. No mundo corporativo, é fundamental. No mundo político, talvez mais ainda. Ele vai ter que lidar com situações nem sempre agradáveis, algumas derrotas, algumas vezes ele vai ganhar, outras vezes ele vai perder. E quando ele perder, como ele vai lidar com essa perda. Por isso, a inteligência emocional é outra característica fundamental que ele terá de levar para o mundo político.”

Depois de administrarem projetos de grandes organizações, o desafio que fica, agora, é a aplicação de seus aprendizados para fazerem campanhas eleitorais bem sucedidas. Porque, ainda que sem qualificação, os políticos tradicionais transbordam em experiência no jogo. E não vão ceder fácil.

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