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Pedidos de recuperação judicial no Brasil tendem a aumentar até o final do ano

Especialistas avaliam cenário econômico e politico do país sobre obstáculos para empresas manterem portas abertas
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

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O Brasil registrou um aumento alarmante no número de pedidos de recuperação judicial. De acordo com dados do Serasa Experian, foram registrados 593 pedidos, um aumento de 52,1% em comparação ao mesmo período de 2022. Esse é o maior número de solicitações em três anos, o que indica cenário preocupante para a economia do país.

A recuperação judicial permite que empresas em situação financeira reestruturem suas dívidas e evitem a falência. O aumento significativo no número de pedidos reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor empresarial, em meio a um cenário de incertezas e desafios econômicos.

Um dos principais fatores para esse aumento é a crise econômica causada pela pandemia de COVID-19. As restrições de funcionamento impostas para conter a propagação do vírus também afetaram diversos setores, como comércio, turismo e serviços. A analista política e econômica pela FGV, Carol Curimbaba destaca que um empreendedor sobreviver no Brasil já é tarefa para poucos.

“Somos um dos países com a maior e mais complexo carga tributária do mundo, o que está prestes a ter uma leve melhora com a reforma, mas ainda longe dos padrões mundiais. Isso tudo tende a desgovernar a inflação, principal motivo o qual elevou a taxa básica de juros, que resulta também especialmente na piora da condição financeira das empresas’’, disse Curimbaba.

Mais custos

Outro fator que tem impactado o número de pedidos de recuperação judicial é o aumento dos custos de produção. Os recentes aumentos nos preços de combustíveis, energia elétrica e insumos têm pressionado as margens de lucro das empresas, dificultando o cumprimento de obrigações financeiras.

Os efeitos desses pedidos de recuperação judicial vão além das empresas em si. Eles também afetam os trabalhadores, fornecedores e a economia como um todo. A falência de uma empresa resulta na perda de postos de trabalho, na inadimplência com fornecedores, bem como no impacto negativo na cadeia produtiva.

O economista César Bergo avalia que a “a conjuntura econômica brasileira sofreu bastante nesses últimos anos, sobretudo em função da pandemia. Nós tivemos também no ano passado a troca de governo e isso tudo acaba impactando as expectativas de mercado’’.

Com o aumento preocupante no número de pedidos de recuperação judicial, é necessário que haja um esforço conjunto de diversos setores como o  governo, instituições econômicas, empresas e trabalhadores. “Os empresários estão encontrando bastante dificuldade de administrar o caixa de suas empresas, seja por questões de dificuldade no fornecimento de componente, a questão do mercado consumidor. Mas de qualquer forma a recuperação judicial acaba sendo uma alternativa para que ele tenha um fôlego para organizar a sua administração e talvez por isso tenhamos números tão elevados em 2023’’, ressalta Bergo.

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