As declarações públicas do presidente Jair Bolsonaro com duras críticas ao presidente do BNDES, Joaquim Levy, surtiram efeito no fim da noite deste sábado (15). O diretor que havia sido o estopim dos comentários, Marcos Barbosa Pinto, enviou uma carta de renúncia e Levy confidenciou a veículos da imprensa que anunciará neste domingo (16) sua saída. [1]
O diretor justifica a saída alegando o “descontentamento manifestado” pelo presidente e se disse com pesar por entregar a carta de renúncia logo após tomar posse. “Tenho muito orgulho da carreira que construí ao longo dos anos, seja na academia, no governo ou no mercado financeiro”, disse.
Marcos Pinto afirmou ainda que acreditava poder contribuir “para implementar as reformas econômicas de que o país precisa”. Ele é mestre em direito pela Universidade de Yale e doutor pela Universidade de São Paulo. O problema para o presidente é que Pinto foi chefe de gabinete do BNDES no segundo governo Lula e era considerado um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda que protagonizou a implementação da Nova Matriz Econômica no governo Dilma.
Pinto é também sócio da Gávea Investimentos, do conhecido economista Armínio Fraga, quadro dos governos do PSDB. Fraga comentou o caso, alegando que Levy deveria se demitir também antes “de ele ser demitido na segunda-feira” e ressaltou: “Essa polarização e essa radicalização me parecem um absurdo, me parece ser o oposto do que o país precisa neste momento. O país precisa acertar sua vida.” [2]
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Nomes cotados para a presidência
A reprimenda pública de Jair Bolsonaro demonstra que a posição de Joaquim Levy estava muito delicada. Além do presidente da República, o presidente do BNDES também vem sendo alvo de críticas do Ministério da Economia. Sua gestão não cumpriu a promessa de campanha de expor as irregularidades praticadas pelo banco nas gestões passadas e não devolveu ao Tesouro recursos solicitados por Guedes.
De acordo com o site O Antagonista, Joaquim Levy afirmou que deixará o cargo neste domingo (16), mas prefere conversar com Paulo Guedes antes de fazer o anúncio oficial à imprensa. “Por cortesia estou aguardando falar com o Paulo Guedes. É o velho estilo. Acho que quem me conhece sabe onde estou”, ele revelou aos jornalistas.
Segundo o Estadão, dois nomes de notórios liberais estariam liderando a lista de cotados para substituí-lo. Um deles seria Gustavo Franco, filiado ao Partido Novo, que já assumiu a presidência do Conselho do BNDES este ano. O outro seria Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia e presença atuante no movimento liberal brasileiro. [3]
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