As tensões internas entre correntes e lideranças do governo de Jair Bolsonaro continuam acirradas. O pensador paulista Olavo de Carvalho teceu uma série de comentários em suas redes sociais nesta quarta-feira (24) sinalizando pela primeira vez um rompimento com o presidente.
“Obrigado, sr. presidente, pela chance que o senhor me deu de ser o seu boi de piranha, levando nas minhas costas pelo menos metade das pancadas que lhe eram dirigidas e em seguida sendo acusado de ter o comportamento divisionista que de fato é do seu querido vice-presidente”, acusou Olavo em suas redes sociais. O filósofo tem feito contundentes ataques à ala militar do governo e ao que considera concessões exageradas à grande mídia. [1]
O pensador paulista, que hoje reside na Virgínia, Estados Unidos, não parou por aí. Suas investidas contundentes contra o presidente foram além: ele afirmou que Bolsonaro “descobriu que a melhor coisa a fazer é amaldiçoar os amigos que sofreram por ele e puxar o saco dos inimigos que queriam matá-lo”. O filósofo não deixou claro a quem estava se referindo como “inimigos que querem matá-lo”.
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A questão Carlos Bolsonaro
O filho do presidente e vereador carioca Carlos Bolsonaro, do PSC, está no centro de toda a polêmica. Cada vez mais abertamente crítico do vice-presidente Hamilton Mourão, Carlos vinha sendo apontado como gestor das redes sociais do pai e defendeu Olavo de Carvalho da crítica emitida na nota oficial da presidência lida na última segunda-feira (22), que afirmava que os ataques de Olavo a figuras da República, como os militares e o vice-presidente, não “contribuem” para os objetivos do governo.
Para Olavo, que já havia dito que os três filhos do presidente mereciam ministérios, Carlos Bolsonaro está sendo alvo de tentativas de destruição por ser um “herói nacional”. Ele também publicou em seu Facebook que os que acusam o filho do presidente de provocar divisões no governo deveriam fazer o mesmo ataque ao vice-presidente Hamilton Mourão, que logo após a posse “começou a combater tudo que Bolsonaro prometera na campanha”.
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