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A boa política é mais importante do que a nova política

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Políticos novos não representam necessariamente valores novos, e precisamos de mais do que promessas para separar o joio do trigo. Principalmente em ano eleitoral.

É verdade que o passado político do nosso país, principalmente o mais recente, faz a gente ter pouca fé nos representantes do poder público. Dá vontade de tirar todo mundo, gritar “fora todos”, expulsar todo mundo das assembleias e câmaras e recomeçar tudo do zero.

E eu acho correta essa indignação. A performance da administração pública na maioria das vezes fica abaixo do que a gente merece e deseja. A percepção geral é a de que os políticos com mandato são medíocres e atrapalham mais do que ajudam a população, graças à corrupção e à burocracia – ambas bancadas com o SEU dinheiro.

O único problema com esse pensamento é que nem sempre os quadros que se apresentam como “novos” são aqueles que representam uma ruptura com os vícios e defeitos dos políticos de carreira. Muitas vezes são só uma embalagem modernizada para o mesmo conteúdo que vem canetando a sua vida e desviando seu dinheiro desde sempre.

Fica muito claro quais características a gente não pode tolerar nos mandatários: letargia, burocracia, desperdício, falta de transparência, apego a privilégios etc. Em ano eleitoral, além de ter isso em mente (que você e eu vamos concordar que é básico), é importante começar a pensar em quais características a gente precisa. Idoneidade, comprometimento, capacidade de entrega e, acima de tudo, respeito pelo dinheiro público.

Muitos políticos novos podem até representar de forma legítima essa oxigenação de valores, mas precisamos ser vigilantes sobre a diferença entre aquilo que eles aparentam ser e aquilo que eles praticam de fato.

O exemplo recente do ex-governador Wilson Witzel tem que ditar o tom de fiscalização e ceticismo que o eleitor fluminense precisa para fazer uma escolha mais sensata nas urnas neste ano, tanto no executivo quanto no legislativo. Vários eleitores acreditaram que ele representaria não apenas um rosto novo no Palácio Guanabara, mas também uma ruptura com valores negativos e com nomes de passado questionável na política do estado.

Decepção em dobro: além de compor governo com políticos condenados, envolveu-se em esquemas que o revelaram igual ou até pior do que os seus antecessores da “velha política”.

Portanto, daqui em diante, eu proponho que a gente fale menos sobre a “nova política”, e comece a cobrar das lideranças uma boa política. Além de ser muito mais preciso com o que a gente deseja para o nosso estado, é uma boa forma de separar quem está disposto a fazer boa gestão de quem só quer surfar na onda do “fora todos” para trilhar um caminho oportunista nas eleições.

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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