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Doze meses essa noite

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Lá se vai um pouco mais de 1 ano que a enfermeira Monica Calazans entrou para a história ao se tornar a 1ª brasileira a receber uma dose de vacina contra COVID-19 no Brasil. De lá pra cá, fomos muito castigados por essa moléstia que nos levou milhares de compatriotas, em meio a altos e baixos de médias móveis que hora nos apontavam para o sossego, hora para o pesadelo.

No crepúsculo de 2021, enquanto ainda éramos surpreendidos por um surto de Influenza fora de época, nos chegava a notícia de uma nova letra grega que estava, tal qual um rastilho de pólvora, lambendo a Europa quase 2 anos após o início da pandemia. Era o receio da repetição de um filme que insistia em nos aterrorizar…

Não tardou muito e importamos a Ômicron para as nossas férias de verão e, novamente, nos vimos em meio a discussões sobre restrições de locais e eventos, ampliação de uso de máscaras, retorno às atividades corriqueiras de modo remoto, indivíduos x coletivo etc.

A possibilidade de uma letrinha ainda mais contagiosa, que era capaz de infectar (ou reinfectar) uma Israel amplamente vacinada nos assombrou com a lembrança da Delta e Gama de 2021. As áreas assistenciais, já tão exauridas pelos 2 anos quase de guerra, se viram, uma vez mais, frente ao iminente retorno ao front “sangrento”.

Mas após um janeiro entrincheirado, ao lado dos meus companheiros de batalha, vi que o saldo desta “blitz” viral pode nos dar uma ideia de como está o campo de guerra e quais as armas devemos considerar manter carregadas. Em comparação ao janeiro de 2021, observamos um aumento de mais de 280% dos novos casos de Covid aqui em nosso Estado do Rio, segundo dados oficiais da Secretaria Estadual de Saúde. Uma loucura que, olhado de modo isolado, nos arrepia a alma e nos remete às imagens, trazidas pelas redes sociais, da Itália de 2020.

Mas não é isto que está acontecendo! Em que pese o aumento estupendo de números de casos, em relação ao mesmo período do ano passado, o restante dos números nos mostra terra à vista: uma redução de cerca de 80% no número de internações e uma diminuição em mais de 90% do número de mortos!

Se hoje temos um cenário de desfecho diametralmente oposto ao que vivemos no passado é porque algo, no meio do caminho, mudou. Há, sem dúvidas, o componente viral em si. Se por um lado a 15ª letra do alfabeto grego é mais contagiosa, resta claro que sua agressividade é menor; mas mesmo o mais cético dos descrentes no efeito positivo global das vacinas não pode ignorar os mais de 78% de fluminenses acima de 12 anos vacinados.

Afirmar hoje que as vacinas disponíveis no mercado conferem proteção total contra o Covid é algo que não cabe mais no discurso das farmacêuticas, que outrora chegaram a nos prometer algo perto de 98% de imunidade. No entanto, negar o efeito protetor contra as formas graves que estas mesmas vacinas oferecem, atribuindo apenas a um vírus mais “dócil”, é fechar os olhos à realidade. Afinal, como dizia Groucho Marx, o comediante, vamos seguir acreditando nos nossos próprios olhos, ou no que estão nos dizendo?


Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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