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O preço da liberdade é a eterna vigilância

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*Mateus Ferronatto

A conhecida frase “O preço da liberdade é a eterna vigilância” é atribuída a Thomas Jefferson, um dos autores da Declaração de Independência dos Estados Unidos e o terceiro presidente do país, sendo um verdadeiro mantra para todos que acreditam que as liberdades individuais são o princípio básico de todos os seres humanos. No entanto, muitas vezes essa citação de Thomas Jefferson cai no esquecimento de todos, levando países que antes eram considerados “livres” a se tornarem verdadeiras ditaduras. Discursos que fazem referência ao comunismo e à restrição das liberdades individuais são ouvidos a todo momento na mídia, principalmente em épocas eleitorais, e são aplaudidos e vistos como necessários para a chamada “justiça social”. Discursos que citam a restrição de conteúdo da imprensa ou das redes sociais deveriam gerar alertas graves em toda a sociedade, no entanto, passam despercebidos. A grande pergunta que resta é por que, depois de tantos regimes autoritários, ainda esquecemos a frase citada por Thomas Jefferson.

Os indivíduos muitas vezes se deixam levar por discursos utópicos que afirmam resolver todos os problemas da sociedade de uma forma simples – atraindo adeptos que muitas vezes não percebem o real perigo de tais ideias. Políticos e intelectuais muitas vezes inclinados ao totalitarismo utilizam discursos encantadores, colocando a tão utilizada “justiça social” como justificativa para todas as suas ações. Tais afirmações muitas vezes são ilusórias e utilizadas apenas para se alcançar o poder, já que não têm aplicação prática no mundo real. Fidel Castro, em 1961, à véspera da invasão da Baía dos Porcos, proclamou a frase “Esta é a revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”, justificando suas ações e seu governo socialista em prol dos mais pobres. Como a história nos mostrou, a revolução de Fidel levou a população de Cuba a um nível de pobreza extrema, muito superior à de outros países vizinhos no Caribe. A localização de Cuba, a quilômetros dos Estados Unidos, pode ser uma das maiores e mais tristes comparações entre um sistema capitalista, regido pelas liberdades individuais, e um sistema comunista, regido pelo igualitarismo e pelos ideais utópicos de justiça social.

A resposta de por que esquecemos a famosa frase de Jefferson depois de termos enfrentado tantos regimes totalitários ao redor do mundo não tem explicação simples; há, sim, uma série de fatores que levam a sociedade a se encantar pelos delírios propostos por líderes totalitários. Existe muitas vezes uma linha tênue entre a liberdade e o totalitarismo, que pode ser cruzada a qualquer momento. Um dos exemplos mais recentes, e que ainda se desenrola ao redor do mundo, são as restrições impostas aos indivíduos utilizando a pandemia do coronavírus como argumento central. A pergunta que precisamos fazer é: em que ponto as restrições implementadas podem ser consideradas ações totalitárias? Se a pandemia pode ser utilizada como argumento para restringir a liberdade dos indivíduos, outras afirmações podem ser utilizadas da mesma forma. Como já assistimos anteriormente, argumentos muitas vezes com diferentes propósitos foram utilizados para implementar políticas autoritárias que resultaram na supressão total das liberdades individuais. Por esse motivo, nunca podemos esquecer que “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.

*Mateus Ferronatto é associado ao IEE.

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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