Justiceiros sociais, populismo e o sentido da vida - Coluna

Justiceiros sociais, populismo e o sentido da vida

04.02.2022 08:26

Experts no julgamento do comportamento alheio, os justiceiros sociais exigem dos outros virtudes angelicais enquanto suas existências são um poço de vícios e suas vidas destituídas de sentido.

“Deveriam fazer assim ou assado”, “seria muito melhor se fosse desse ou daquele jeito”, “a sociedade deveria se importar mais”, repetem incansavelmente da cabeceira de suas camas, incapazes da observação de si mesmos.

Impõem deveres aos outros enquanto se colocam como eternos credores de direitos e privilégios custeados pelos demais. O politicamente correto é o fardo do hipócrita.

Terceirizar a responsabilidade é o doce remédio para reprimir o despertar da consciência adormecida no cumprimento dos deveres. Tudo aquilo que não é feito ou é malfeito é culpa de alguém, jamais responsabilidade pessoal.

Faz-se isso em família, no trabalho, nos relacionamentos, nas amizades. E é quase inevitável que este comportamento não se reflita também na dimensão política da existência.

Merecedores de tudo, não entregam nada. Aguardam sempre, ansiosos e frustrados, pelo próximo salvador da pátria.

O populismo estimula este tipo de comportamento paralisante e arredio à responsabilidade pessoal. Não é por acaso, é estratégico.

Uma sociedade paralisada é marionete movimentada intencionalmente a cada dois anos para apertar o botão “confirma” e em seguida voltar para o vazio existencial e esperar pela próxima eleição.

Assumir a responsabilidade individual diante da vida é fundamental para encontrar o sentido da vida e quebrar esse ciclo vicioso em que nos encontramos.

É o que se depreende dos ensinamentos de Viktor Frankl, psiquiatra judeu que ficou preso por 3 anos em campos de concentração nazista. Enquanto esteve preso em Auschwitz escreveu o seu beste seller Em Busca de Sentido.

Atrevo-me a dizer que nada melhor será escrito pelos próximos 100 anos.

Diz o fundador da logoterapia (a terapia do sentido):

“Em última análise, a pessoa não deveria perguntar qual o sentido da vida, mas antes deve reconhecer que é ela (a pessoa) que está sendo indagada. Em suma, cada pessoa é questionada pela vida; e à vida ela somente pode responder sendo responsável. Assim, a logoterapia vê na responsabilidade a essência propriamente dita da existência humana.

Por mais desconfortável que seja (e a tendência é que seja mesmo) assumir a responsabilidade pelo próprio destino é o caminho para combater vazio existencial de que se vale o populismo e que empurra esse País para o precipício das ilusões.

Os discursos dos justiceiros sociais e dos populistas só encontram aplauso diante de uma plateia de indivíduos que não assume as rédeas da própria vida e que tem igualmente repulsa pelo dever. E assim se tornam presa fácil do vitimismo e da falácia da justiça social.

A consciência do ser essencialmente livre das armadilhas do vitimismo, dos justiceiros sociais e do populismo é a consciência que repousa no cumprimento dos próprios deveres atendendo ao senso de responsabilidade.

A compaixão é virtude do homem livre e como ensina Frédéric Bastiat: “A fraternidade forçada destrói a liberdade”.

Foto: freepik

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