fbpx

A CPI do Covid e o Ministério da Saúde

Compartilhe

Começamos enfim uma CPI para buscar os culpados pela inoperância do governo federal durante a pandemia de Covid 19. Com Renan Calheiros como relator e um dos personagens principais de oposição, os governistas não terão colher de chá. Renan é um dos políticos mais experientes do Senado, uma raposa velha e astuta.

O início dos trabalhos buscou contar uma história cronológica do Ministério da Saúde, convidando a depor, os ministros de acordo com a linha temporal de suas gestões. O primeiro convocado foi Luiz Henrique Mandetta, primeiro ministro de Bolsonaro, que após atritos referentes à forma de lidar com a crise, foi mandado embora. Mandetta e o presidente entraram em rota de colisão no início da pandemia, referente aos protocolos de o governo deveria ou não indicar para a população, como distanciamento social, o uso de máscaras e cloroquina.

O depoimento de Mandetta foi seguro e tranquilo e não poderia ter sido diferente. Como bom político e ex-deputado federal, sabe muito bem o que falar e o que não falar em uma CPI, tendo um discurso ponderado e bem revisado, pensando muito bem antes de falar. Quem imaginou um ataque direto ao presidente, pode ter se surpreendido com a calma no discurso do ex-ministro. Porém quem pensa que isso significa que Jair não ficou em apuros se engana. O depoimento de Mandetta é cheio de pontos nevrálgicos e problemáticos para o presidente, escondidos debaixo de ponderação e tranquilidade. Principais pontos rondaram em torno de um possível decreto para mudar a bula da cloroquina e a confirmação de que os filhos do presidente e outros políticos aconselhavam Jair paralelamente.

[wp_ad_camp_1]

A calma e tranquilidade de Mandetta foram dispensadas quando se tratando de Paulo Guedes, que diferente do presidente que tinha a base governista para amenizar os ataques, apanhou sem defesa durante todo o discurso do ex-deputado.

O segundo ex-ministro a falar foi Nelson Teich, bem menos empolgante e com uma oratória não tão refinada quanto seu antecessor. No entanto, o médico foi preciso em suas declarações para definir que saiu do ministério por discordar do uso de cloroquina e descobrir que não teria a autonomia necessária que o trabalho exigia.

A surpresa veio na cereja do bolo. O general Eduardo Pazuello, que já trabalhava no ministério e teve uma gestão mais que desastrosa, agravando a crise sanitária em todo o país, não compareceu. O general apresentou uma declaração do alto comando as forças armadas que dizia que Pazuello teria entrado em contato com pessoas infectadas com o vírus e que por segurança deveria ser ouvido de forma remota e online ou ter seu depoimento adiado. Senadores de oposição se revoltaram e lembraram que o general tinha feito um passeio ao shopping sem máscaras dias antes.

Muita coisa ainda vai acontecer na CPI que com toda certeza ficará para a história política do país. O Brasil precisa de uma resposta sobre os descasos e atropelos no território nacional, em especial em Manaus, e essas respostas devem vir a público pelo trabalho da comissão. Enquanto isso, continuamos morrendo, sem remédios para intubação e vacinas e com sobras de cloroquina.

[wp_ad_camp_1]

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?