Por deputado federal Luiz Fernando Vampiro
Há cavalos de Troia que não pertencem à lenda, mas à política. Entram sorrindo, prometendo o bem, mas carregam por dentro um exército de amarras. Assim é o Projeto de Lei 3899: brilha como progresso, mas traz na barriga a burocracia que sufoca, as sanções que assustam e as regras que paralisam.
Sob o nome elegante de economia circular, o texto se tornou um labirinto com mais de cem artigos, cheio de exigências que ignoram o Brasil que trabalha, que produz, que faz o país girar.
O impacto é tão grande que uniu vozes que raramente caminham juntas. Representantes do governo, oposição, setor produtivo e frentes parlamentares de diferentes campos enxergam o mesmo perigo: o risco de paralisar a economia, afastar investidores e ameaçar empregos.
Planos compulsórios, metas impostas, auditorias e punições severas. Chamam de inovação, mas o que se vê é coerção. É o progresso da vitrine, que promete futuro e entrega pesadelos. Um “cavalo de Troia” pintado de sustentabilidade, pronto para engolir a competitividade brasileira.
Mas existe outro caminho. O PL 1874/2022 é simples, moderno e viável. Incentiva a economia circular sem esmagar quem produz. É a escolha do diálogo no lugar da imposição, da razão no lugar do excesso.
O PL 3899 volta à pauta, onde já apareceu mais de sete vezes. Se o deixarmos entrar, abriremos as portas para o retrocesso. O país perderá o fôlego da inovação e ficará preso às próprias correntes.
O que está em jogo não é apenas um projeto de lei, é o futuro da economia brasileira. É decidir entre a liberdade de criar ou o medo de errar, entre o trabalho vivo e a paralisia da burocracia.
O Brasil não pode aceitar esse engano disfarçado de avanço. Nem pode se dar ao luxo de esperar para ver. Quando o cavalo entra, já é tarde demais.
