Por Allan Freire*
Em pesquisa simples é difícil saber quem foi o primeiro a utilizar a frase “ignorância é uma bênção”. Contudo, no Brasil, a cada dia que passa fica mais evidente que ela tenha muito sentido. Vivemos há muitos anos em um regime socialista, às vezes chamado de social-democracia, acreditando que o “deus Estado” estava trabalhando em nosso favor. Sim, o Brasil já é um país socialista e não começou agora. Hoje, reconhecendo isso e vendo os males que esse regime causa, talvez a ignorância gere menos sofrimento, contudo, não resolve o problema.
Hoje, o debate ficou tão raso que provavelmente quando escrevo a palavra “socialista” alguém irá imediatamente me rotular de bolsonarista, racista, nazista e outros “istas” como ordena o “Ministério da Verdade”, bem exemplificado na obra prima de George Orwell, 1984.¹ Hoje, discordar do que prega o “deus Estado” é quase pecado, basta ver a perseguição recente sofrida pela cantora Cláudia Leite que está respondendo processo por “racismo religioso”, seja lá o que for isso².
Para dar continuidade ao nosso texto precisamos definir o socialismo e ao que ele se opõe. O socialismo defende a distribuição da riqueza produzida pela sociedade de forma igualitária, ignorando quem produziu e quem não produziu. Quem fará essa distribuição? O incorruptível “deus Estado”. O socialismo é contrário ao lucro, a meritocracia e ao livre mercado. Uma simples análise empírica da ideia de socialismo já demonstra que ela é utópica e um sistema fadado ao fracasso.
Fica evidente que o socialismo estimula boa parte da sociedade a não produzir e aguardar que o “deus Estado” faça a distribuição da produção, ao que se dá o belo nome de “justiça social”. Pelo menos que faça a distribuição daquilo que sobrou, a parte que não foi destinada a corrupção e aos privilégios das elites dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Vale ressaltar que o “deus Estado” nada produz, assim, não teria o que distribuir se antes não tivesse compulsoriamente tirado daqueles que produzem.
Quem produz riqueza em uma sociedade são as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. Como as pessoas produzem riqueza? Em um exemplo simples podemos pensar em duas garotinhas com uma barraca de madeira em frente a sua casa vendendo limonada. Investiram R$ 0,50 centavos em um limão e R$ 0,50 em água e açúcar (já pagando impostos em cima desses produtos), totalizando em R$ 1,00 o custo da produção. Ao final, elas vendem a limonada por R$ 2,00, gerando R$ 1,00 de riqueza para elas e para o “deus Estado”.
Nesta cena descrita acima, o “deus Estado” seria representado por um fiscal da Receita que nada produziu e vai até essas duas garotinhas e as pede parte de sua produção, ou seja, impostos sobre o seu lucro. Vale ressaltar que o brasileiro trabalha metade do ano para pagar impostos³, ou seja, essas garotinhas seriam extorquidas em R$ 0,50. Você pensa que acabou? Ainda não, quando elas forem usufruir dos seus R$ 0,50 de lucro, elas pagarão impostos em cima dos produtos ou serviços que forem comprar ou contratar. Resumindo a história, elas trabalharam para o “deus Estado”, esse é o resumo da vida de quem mora em um país socialista como o Brasil. Não se iluda, essa é a sua história!
O socialismo se opõe ao capitalismo, que é um sistema econômico que defende que quem produziu tem direito sobre sua produção e dela dispõe como achar mais adequado. O capitalismo defende o livre mercado e a produção de riquezas, o que garante emprego e renda para a sociedade como um todo. Todos os empregados são sustentados pela iniciativa privada, inclusive aqueles que estão no serviço público, afinal, seus salários são garantidos pelos impostos compulsoriamente tirados de quem produz.
Vivemos em sociedade, e a grande maioria dos capitalistas não se opõe a pagar impostos, desde que, esses sejam razoáveis e que retornem em serviços públicos à sociedade. Um bom exemplo de país capitalista é os Estados Unidos da América, onde um norte americano paga em média 7,05% em impostos e tem um bom retorno do que paga⁴. No Brasil a realidade é bem diferente, pagamos em média 40,28% de impostos e o retorno é um dos mais baixos do mundo⁵. Se você quiser saúde,
educação e segurança de qualidade, precisa buscar esses serviços na rede privada. Quer dirigir em pistas de qualidade? Procure uma via privatizada. Ou seja, pagamos duas vezes, uma para o “deus Estado” e outra para realmente termos os serviços prestados com excelência.
Caso já não tenha feito essas contas antes, ler esse artigo pode ser frustrante para você. Por isso o subtítulo NO BRASIL ATUAL, A IGNORÂNCIA PODE, SIM, SER UMA “BÊNÇÃO”. Acredita-se que quando não se tem conhecimento sobre determinada situação, a pessoa não sofre tanto, afinal, ela nem entende bem o que está acontecendo. Contudo, no Brasil atual o tamanho do “deus Estado” somado a sua péssima administração dos recursos arrecadados tem feito até as pessoas mais simples entenderem que “algo de errado não está certo”. O impacto é sentido no dia a dia, basta ir ao mercado e ver as frases que as pessoas estão sussurrando. Consegue imaginar algumas?
Talvez você antes nem conseguia definir bem quem ou o que é o Estado, ou conhece alguém que ouve muito esse termo mais nem se atentou ainda do que se trata. Quando alguém te perguntar “o que é o Estado?”, conte a história das garotinhas vendendo limonada e mostre a ela que o Estado é quem ficou com a maioria do dinheiro de sua produção. Geralmente as pessoas pensam no Governo e não no Estado, e essa percepção nem está tão errada assim, como veremos a seguir.
Há governos que querem diminuir o tamanho do “deus Estado” e a influência dele na vida da população, e a outros, como o Governo socialista de Lula, que quer aumentar o “deus Estado”, com uma sanha arrecadatória que quer cada vez mais tirar dinheiro das garotinhas, tentando convencê-las de que ele, o “deus Estado”, pode administrar sua produção melhor que elas. Ainda mais, que elas são obrigadas a dividir o seu lucro com seus dois amigos que ignoraram o convite para abrir o negócio. Ou seja, aqueles que ficaram em casa dormindo, mesmo tendo plenas condições de ajudar, receberão parte do lucro do seu trabalho.
Agora que entendemos o que é o “deus Estado”, vamos pensar na desastrosa política econômica que o Governo Federal tem implementado nos últimos dois anos. O Governo Lula III, já é provavelmente o pior governo da história do Brasil. No que diz respeito a entregas dos serviços públicos, os números do Governo atual são similares aos da pandemia de Covid-19⁶, uma calamidade que parou a produção no mundo inteiro. E qual a solução que o governo tem apresentado para resolver a situação que ele mesmo criou? Aumentar o “deus Estado”.
A única política que tem caminhado no Governo Lula III é aumento de impostos e diminuição dos serviços prestados a população. Só para se ter ideia, até 21 de novembro de 2024 a arrecadação do governo somou R$ 2,18 trilhões, um recorde histórico. O Natural a se pensar é: já que se arrecadou tanto, o país está muito bem, correto? Infelizmente não. Ao final de 2022, o governo do presidente Jair Bolsonaro deixou em caixa um saldo positivo de R$ 54 Bilhões de reais⁷. Em setembro de 2024 o governo Lula III já acumulava uma dívida de incríveis R$ 105 Bilhões⁴. Como entender isso? Há um recorde histórico de arrecadação e ao mesmo tempo o acumulo de uma dívida gigantesca? Isso é a definição do que o socialismo faz.
O estado socialista é especialista em gastar o dinheiro dos outros, ele nada produz e tudo quer. Claro que a justificativa sempre vem em uma embalagem bem bonita e com um laço colorido, que até engana a muitos, a chamada justiça social. A falácia sempre é que o “deus Estado” será uma espécie de Robin
Hood, que tira dos ricos para dar para os pobres, contudo, em regra o efeito é exatamente o contrário. Rico não é bobo e em regra tem as melhores assessorias, sendo assim, fazem verdadeiros malabarismos jurídicos e contábeis para fugir da sanha arrecadatória do “deus Estado”. Isso quando não tiram seu capital do país, empobrecendo a nação. Já o pobre, esse quem paga a conta ao comprar seu arroz e feijão do dia-a-dia, e olha que o “deus Estado” prometeu até picanha.
Esse está longe de ser um artigo de um especialista, afinal, minha formação sequer é na área de economia. Contudo, uma simples análise do estamos vendo acontecer diante dos nossos olhos nos traz uma grande indignação, e nos motiva a abrir os olhos de mais pessoas. Sei que a ignorância pode até parecer uma benção, mas, ao fim do dia, nós ainda estaremos pagando a conta e sustentando os privilégios e mordomias do “deus Estado”. Meu objetivo aqui é comunicar de forma simples para que todos possamos entender de uma vez por todas que o “deus Estado” precisa ser limitado, alguns até defendem que precisa ser eliminado.
Logo ali na frente teremos eleições, espero que os brasileiros tenham de uma vez por todas entendido o mal que o socialismo causa em um país. Precisamos urgentemente impedir que o “deus Estado” continue a crescer e gerar destruição e pobreza. O pêndulo político do mundo tem mostrado que uma economia de livre mercado é o caminho para o desenvolvimento e crescimento de qualquer nação. Como já dito acima, quem produz riquezas são as pessoas, o papel do Estado deveria ser apenas não atrapalhar. Espero que esse breve artigo tenha te feito pensar e se você foi um dos enganados pelo “deus Estado” nos últimos anos, por favor, em 2026 “DESFAZ O L”.
*Allan Freire é advogado e gestor público
