Nos bastidores da defesa da liberdade, um grupo de mulheres está reescrevendo o significado de ativismo. Reunidas sob a bandeira do programa da organização de mulheres Ladies of Liberty Alliance (LOLA), essas mulheres desafiam narrativas e mostram que o poder transformador pode estar tanto no discurso quanto na ação concreta. Entre elas, está Victória Porto, uma jovem empreendedora e ativista, que carrega uma visão clara: moldar o futuro com as próprias mãos.
Victória, aos 28 anos, tem uma trajetória que mistura paixão, determinação e um forte senso de propósito. Formada em Gestão Pública e Presidente do Podemos Mulher em Taubaté, ela acredita que sua vocação está em unir ideais liberais com a prática social. “Quando recebi o convite da Anne Dias para me inscrever no projeto, entendi rapidamente que poderia ser uma plataforma para poder divulgar minhas ações e aumentar ainda mais o impacto da minha atuação política”, conta Victória.
A Força das Histórias
O programa de ativismo María Oropeza Activism Fellowship é uma plataforma estratégica para mulheres que buscam não apenas entender o ativismo, mas, acima de tudo, colocar suas ideias em prática de forma estruturada e eficiente. A guatemalense Estela Martínez, gestora do programa e ativista, explica que o programa é inovador. “Se existem programas de fellowship para ativistas, eles geralmente têm uma abordagem mais à esquerda, e se existem programas para libertários, eles não são focados em ativismo, mas em outras áreas”, explicou.
Com vasta experiência em ativismo e mobilização social, Estela é uma das grandes responsáveis por guiar as participantes no programa. Ela espera que no longo prazo, o MOAF seja o principal treinamento de ativistas e que seja reconhecido pelos seus resultados aumentando o impacto de suas bolsistas. “Quero que seja um espaço onde as ativistas encontrem o apoio necessário para criar mudanças significativas em suas comunidades. Acredito que o ativismo é o coração da mudança, e os ativistas são a voz e a ação que impulsionam a transformação”, declarou Estela.
Em sua fala, Estela também faz questão de enfatizar que o programa oferece muito mais do que aulas e cursos – ele promove uma troca real de experiências entre mulheres de diferentes países, permitindo a construção de uma rede de apoio fundamental para o avanço das causas.
Abordagem do programa
O programa do LOLA é internacional, com o objetivo de fortalecer mulheres em diferentes regiões do mundo. As participantes são incentivadas a desenvolver projetos próprios, interagir com mentores especializados e aprender com as experiências de outras ativistas ao redor do mundo. O programa não se limita a ser uma vivência acadêmica; ele é uma imersão no ativismo de base, com forte enfoque no desenvolvimento de habilidades de liderança, articulação e mobilização.
A coordenadora do projeto e presidente do LOLA Guatemala, Nathaly Mérida, está confiante de que o modelo do programa valoriza a capacitação de ativistas libertárias. “Por meio deste programa, quero que as participantes aprendam a se apresentar de forma eficaz para a mídia, comunicar seus projetos com confiança em público e se tornarem líderes influentes”, destacou.
Nathaly é cientista política e desenvolve um trabalho de ativismo na América Latina. Ao longo de sua trajetória, ela percebeu que frequentemente mulheres demonstram interesse pelo ativismo. No entanto, segundo ela, falta educação e divulgação sobre iniciativas como essa e isso dificulta que elas se identifiquem como ativistas.
“Eu vislumbro um futuro onde falar sobre ativismo voltado para a liberdade não seja mais um tabu, mas algo mais amplamente conhecido e menos estigmatizado. As fellows são exemplos vivos do que as mulheres podem alcançar. Por meio de seus esforços, elas estão construindo conexões que, em alguns anos, contribuirão para um ecossistema mais forte de ativismo alinhado aos princípios da liberdade”, concluiu Nathaly.
Valor da prática
No programa, teoria e prática se fundem em um ciclo contínuo de aprendizado. Para Victória Porto, o primeiro encontro com o mentor César Báez foi transformador. “Ele não só se interessou profundamente pela minha trajetória, mas também dedicou tempo para entender meus objetivos e desafios. Isso tem sido fundamental para me ajudar a aprimorar meu posicionamento digital de forma estratégica”, afirma.
Além disso, uma das aulas mais marcantes para Victória foi com Ted Patterson, vice-presidente da Young Americans for Liberty (YAL). Ele trouxe insights práticos sobre como pressionar politicamente por pautas importantes.
As participantes também têm a chance de desenvolver projetos que unem inovação e impacto local. É o caso do “Olhos no Futuro”, iniciativa de Victória que oferece exames de vista e óculos para crianças da rede pública. Victória destaca a iniciativa como “uma forma eficaz de empoderar e proporcionar mais liberdade para essas crianças se desenvolverem sem depender do Estado ao desenvolver o projeto por meio de parcerias com a iniciativa privada e estimulando a responsabilidade social.
Um novo jeito de fazer ativismo
O programa de fellowship do LOLA não é apenas sobre ativismo; é sobre formar líderes. Para Nathaly, a experiência já trouxe mudanças concretas. “Descobri que a liderança feminina é um pilar essencial para construir comunidades mais fortes e equitativas. Esse espaço de aprendizado me fez acreditar ainda mais no meu papel como agente de mudança.”
Ao conectar mulheres de diferentes trajetórias, o programa de fellowship do LOLA cria uma rede global de aprendizado e ação. Cada aula, cada mentor e cada conversa fortalecem o propósito maior: transformar o mundo em um lugar mais livre.
Enquanto Victória Porto continua sua jornada, ela nos lembra que ativismo não é apenas um ideal. É um chamado. “A verdadeira liberdade vem da construção ativa de uma comunidade melhor”, destacou. Essa é a força do LOLA: inspirar mulheres a não apenas sonharem com mudanças, mas a serem a mudança que o mundo precisa.