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Não matem o mensageiro

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No dia 6 de abril, Elon Musk comentou, em uma publicação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, com a simples pergunta: “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?”.

Esse comentário veio pouco tempo após o jornalista Michael Shellenberger publicar os chamados “Twitter files Brazil”, às vésperas de embarcar para o Brasil e palestrar no 37º Fórum da Liberdade. Desde então, ocorreram múltiplos desdobramentos.

Eu e você podemos gostar ou não de Elon Musk; isso é indiferente. Assim como podemos ver valor e admirar as suas conquistas como empresário, ao mesmo tempo em que o criticamos como pessoa; só que isso também é indiferente.

O foco, análise e argumentos da sociedade brasileira deveriam estar exclusivamente na mensagem: existe autoritarismo judicial no Brasil? Existe parcialidade na lei? E as leis? Estão sendo respeitadas nas decisões emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes? Há fundamento na pergunta feita ao ministro?

Depois de as acusações serem feitas, imediatamente surgiu uma avalanche de matérias sobre a pessoa Elon Musk: críticas aos seus comentários, seus negócios e possíveis incoerências. Foram empregados adjetivos ao mensageiro, mas não houve nenhuma argumentação, especialmente pela mídia, em direção ao conteúdo.

O aludido comportamento significa muito e transmite algumas mensagens. Se não podemos enfrentar o argumento: mirem no mensageiro.

Afinal, é a mesma abordagem que o STF e seu inquérito das fakes news utiliza, certo? Ataque aos adversários, e não às chamadas fakes news, pois, se estas fossem o foco efetivo, as decisões apontariam em suas ordens de exclusão as mentiras e as publicações específicas, e não os perfis das pessoas.

A propósito, cumpre registrar que o próprio ministro incorreu em fake news ao nomear Elon Musk como CEO do Twitter (X) na decisão do inquérito que tem por objetivo combater as fake news. Cômico.

Como bem aponta Gustavo Maultasch no livro “Contra Toda Censura”, a censura nunca foi, na história, um combate à desinformação, mas sim o silenciamento de determinado grupo.

Sendo assim, diante de um tema essencial para a sociedade, devemos dar a devida importância que o tema tem: não matem o mensageiro. As denúncias são graves, e devemos debater a sua mensagem.

Rodrigo Villa Real Mello, economista e associado do IEE.

rodrigo.mello@proposito.partners

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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