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A desesperança da educação brasileira

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O problema do sistema educacional brasileiro não é novidade para quem acompanha as notícias do país: salas de aulas vazias e repletas de violência, professores com baixas remunerações e ausentes, analfabetismo funcional, infraestrutura precária e diversos outros problemas que as mais de 178 mil escolas públicas enfrentam diariamente. Problemas repetidos que, a cada governo, são jogados à margem dos programas políticos.

O novo governo também não apresenta novidades: faltam propostas proporcionais ao tamanho do desafio da educação no país. Pelo contrário, o grande plano do atual governo até agora foi desfazer o que o governo anterior fez e pedir aumento de despesas. Assim, os mais de 74 milhões de alunos matriculados no Brasil permanecem despriorizados.

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Uma nova edição do Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, realizado pela OCDE, está em andamento, e os resultados começarão a ser divulgados no final deste ano. O Pisa avalia a proficiência de alunos de 15 anos em três áreas: matemática, leitura e ciências. Nos resultados de 2018, o Brasil ocupou a 66ª posição dentre os 77 países, e os estudantes brasileiros obtiveram resultados abaixo da média da OCDE em todas as áreas. Como exemplo, zero por cento dos alunos em condições socioeconômicas vulneráveis, a maioria no país, obteve desempenho excelente em leitura.

O sistema não apresenta resultados proporcionais ao investimento aplicado: como proporção da receita corrente, a despesa com educação passou de 4,7% para 8,3% no período 2008-17 sem apresentar melhora significativa em relação aos resultados das edições anteriores do Pisa. O resultado não justifica a utilização desproporcional dos recursos: o Brasil gasta tanto quanto outros países que estão no topo do ranking, como Bélgica e Finlândia.

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Além de não conduzir um desenvolvimento cognitivo razoável, o sistema educacional brasileiro também falha em preparar as novas gerações em habilidades técnicas para adentrar no mercado de trabalho: desde 2016, a taxa de desemprego de jovens entre 18 e 24 anos é de 20%. Dentre essa faixa etária, somos a segunda nação com o maior número percentual de jovens que não estudam e não trabalham, com 36%.

A expectativa sobre os resultados do Brasil no Pisa 2022 é ainda mais pessimista do que os resultados passados eram. Com o monopólio da educação no país, o mínimo que se espera de um governo é um planejamento adequado, que, neste momento, não existe. Se ao menos tivéssemos a liberdade para atores privados atuarem!

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*Por Amanda Cornélio, do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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