Apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição anterior, o deputado Arthur Lira (PP/AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG) foram reeleitos presidentes das casas legislativas com o endosso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (1). Lira conquistou 464 votos dos 513 deputados, enquanto Pacheco teve 49 votos dos 81 senadores.
Casa do Povo
Arthur Lira tinha como concorrentes Chico Alencar (PSOL/RJ), que fez 21 votos, e Marcel van Hattem (NOVO/RS), que levou 19 votos. Outros cinco deputados votaram em branco. Essa foi a maior votação de um candidato à presidência da Câmara nos últimos 50 anos. Em seu discurso, Lira cutucou os opositores e rechaçou os atos criminosos de janeiro.
“Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o rigor da lei”, afirmou o presidente.
Em live nas redes sociais, o candidato da oposição Marcel van Hattem lamentou as derrotas tanto no Senado, quanto na Câmara dos Deputados. “Só posso dizer que o nosso trabalho aumenta. Estou muito agradecido pelo votos, e espero poder daqui a dois anos termos uma candidatura viável para suceder o Lira que não poderá mais, seja a minha ou de outro deputado”, reforçou o parlamentar.
Senado Federal
No Senado, Rogério Marinho (PL/RN) foi o único adversário de Rodrigo Pacheco, uma vez que Eduardo Girão (PODEMOS/CE) desistiu da candidatura durante a sessão. Antes mesmo da votação, Pacheco declarou que entre suas prioridades estão a reforma tributária, o enxugamento da máquina pública e novas regras fiscais.
O presidente reeleito se comprometeu em defender senadores que sofrerem qualquer tipo de perseguição. “Um Senado que se subjuga é um Senado covarde. Não permitiremos. Nós devemos cumprir nosso papel da nossa capacidade e dever de legislar. Pacheco declarou ainda independência em relação ao Executivo e boas soluções para os conflitos com o Judiciário, sendo essa segunda uma aproximação ao Supremo Tribunal Federal, após declarações de senadores que receberam ligações de Alexandre de Moraes para votarem em Pacheco.