Eleito aos 20 anos o mais jovem vereador da história do município de São Paulo em 2016, Fernando Holiday realizou em seu primeiro mandato muito mais do que o esperado. Por conta de sua juventude e seu histórico como polêmico ativista, muitos esperavam apenas a energia de um jovem indignado, mas viram a atuação de um precoce parlamentar extremamente produtivo. Foi o primeiro vereador da capital a aprovar uma revogação de normas e leis, relatou uma complexa reforma previdenciária e desburocratizou os setores de zeladoria urbana e funerário, tudo isso batendo recordes em economia do dinheiro público.
O bom desempenho o reelegeu com uma votação ainda maior do que a anterior e sua habilidade de articulação o fez segundo secretário da mesa diretora, contribuindo assim com uma das gestões mais austeras daquela casa legislativa ao extinguir supersalários da Câmara a partir de uma ação individual. Holiday cresceu e surpreendeu.
Seu sinal mais vital de maturidade política veio com sua saída do MBL, filiando-se ao NOVO logo em seguida. Um ano depois, o movimento feito pelo jovem parlamentar provou-se assombrosamente preciso.
O MBL derrapou: deixou o Patriota, migrou para o Podemos e terminou no União Brasil, ao lado de antigos membros do DEM e do PSL. Enquanto isso Holiday apostava na candidatura de Vinícus Poit, ao invés de apoiar Arthur do Val, então candidato mblista. Assediado por Sérgio Moro e pela construção de uma “terceira via”, manteve-se no NOVO ao lado de Felipe D’Ávila. Em disputa pela “cabeça de chapa” entre os pré-candidatos a Federal, ficou no único partido liberal do Brasil, enquanto Daniel José optou por aventurar-se no Podemos da Família Abreu ao lado de Heni.
Holiday venceu. Manteve-se longe das principais polêmicas dos últimos meses (até mesmo quando elas partiram de suas colegas de Câmara Municipal…), firmou posição no partido que lhe proporciona maior densidade eleitoral e fortaleceu a sua imagem como um político hábil, realizador e maduro para o desafio que se propõe: continuar seu trabalho em Brasília.
Alguém pode me apontar como suspeito: sou amigo do Fernando, mas como Colunista do Boletim da Liberdade eu faço análise, e esta, até a eleição de outubro, é incontroversa. Fica o desafio.
Foto: Afonso Braga