O veto do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (7) à distribuição gratuita de absorventes para estudantes e mulheres hipossuficientes gerou reações diversas no meio liberal. [1]
De um lado, houve quem lamentasse o veto, defendendo a distribuição do produto, tal como a vereadora Cris Monteiro (NOVO/SP), uma das militantes da causa.
Classificando o tema como necessário à dignidade humana, ela pontuou que “essa discussão deveria estar acima de qualquer ideologia” e destacou que a “precariedade menstrual é um desafio”. [2]
Ainda no campo da política, o deputado estadual Heni Ozi Cukier (NOVO/SP) pontuou em suas redes que, enquanto liberal, acha que o Estado tem o dever de “focar em prover o básico”, tal como segurança, educação e saúde.
“Absorvente pra meninas pobres não é luxo e nem privilégio. É o básico e melhora tanto a saúde quanto a educação. Mas o presidente prefere gastar em motociata e cartão corporativo”, reclamou. [3]
Quem também se manifestou favorável à distribuição foi a Liga Organizada das Liberais Associadas (LOLA Brasil), que pontuou nas redes sociais que “ninguém é livre sangrando sem proteção”. [4]
O Livres, por sua vez, ressaltou que “os liberais defendem o fim das regalias do Estado justamente para que projetos como o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual sejam viabilizados”.
“Dar fim à pobreza menstrual é gerar inclusão econômica e liberdade plena para as mulheres”, disse a entidade. [5]
Outro lado
O tema, contudo, gerou divergências. Vice-presidente do Instituto Liberal, Antonio Claret Jr. ressaltou nas redes sociais que a reclamação é menos pela assistência e mais pelo fornecimento direto de bens.
“Troque por um plus no Auxílio Brasil e verá menos crítica”, disse Claret a outro internauta que havia relembrado que o economista Friedrich Hayek, uma das principais referências do ideário liberal, que havia previsto a assistência básica. [6]
“Mínimo suficiente no liberalismo diz respeito ao dinheiro que traz liberdade para comprar o que precisa e manter dignidade. Não tem a ver com planificação, marca, quando e como”, reclamou.
Outro nome que se posicionou de forma crítica à distribuição direta de absorventes foi o deputado estadual Alexandre Freitas (sem partido/RJ).
“Para o mais pobre ter acesso a absorvente, existe o bolsa família e a possibilidade da redução da carga tributária, que dos absorventes é de 27,5%. Tem também o coletor menstrual que qualquer menina de colégio público com um celular na mão têm condições de comprar”, disse Freitas.
O parlamentar também sustentou que o Estado “vai pagar mais do que na farmácia de bairro”, “com mais possibilidade de fraudes em licitações, certamente não é a melhor solução”.
“Populistas querem apenas que os pobres sejam escravos de suas ‘boas intenções'”, reclamou. [7]