Em seu discurso na Cúpula do Clima nesta quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro não foi econômico ao referir-se ao efeito estufa e às mudanças climáticas. O posicionamento, contudo, foi de encontro ao que alguns de seus aliados ideológicos reverberavam nas redes.
Em artigo publicado em 2009 no site “Olavo de Carvalho” e supostamente reproduzido ao que fora publicado no jornal Diário do Comércio, o filósofo bolsonarista, por exemplo, classificou o aquecimento global como “balela”.
Mais para frente, mencionando o documentário “Uma verdade inconveniente”, Olavo afirmou que tratava-se de uma “farsa pseudocientífica construída de dados falsos” e, com base em supostas fraudes, avaliou que a Conferência da ONU do Clima de 2009 viria para o “propósito de impor a uma cândida humanidade os controles globais destinados a salvar a humanidade de um perigo inexistente”. [1]
Em texto mais recente, de maio de 2019, (“Não haverá divórcio entre MEC e os globalistas”), o ativista Allan dos Santos também tratou do tema em seu blog Terça Livre.
No contexto de defender que o Ministério da Educação sob o governo Jair Bolsonaro ficasse isento da “ação desses globalistas”, Allan sustentou que a “verdadeira educação” não ensina “teorias estapafúrdias como aquecimento global”. Olavista, faz referência ao mestre dizendo que “os conselhos do professor Olavo de Carvalho fazem falta no MEC”. [2]
Dentre as críticas que negacionistas fazem em relação às mudanças climáticas, estão ou de sua fraude completa ou de que o fenômeno não seria causado pela ação humana. O discurso de Bolsonaro vai contra esse sentido de forma clara:
“Ao discutirmos mudanças no clima, não podemos esquecer a causa maior do problema: a queima de combustíveis fósseis ao longo dos últimos dois séculos”. Depois, pontuou a pequena participação do Brasil nas “emissões históricas de gases de efeito estufa”.