A divulgação da gravação de um telefonema entre o presidente Jair Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania/GO) no último sábado (10) repercute em Brasília. Nesta segunda-feira (12), Bolsonaro lamentou o fato.
“Eu fui gravado em uma conversa telefônica. Olha até que ponto chegamos aqui no Brasil”, disse. [1]
Na ligação, Bolsonaro articula a ampliação do escopo da CPI da pandemia no Senado para permitir a investigação de prefeitos e governadores.
Ele demonstra, ainda, temer um “relatório sacana” contra o governo e especula sobre impeachment de ministros do STF.
Nas redes sociais, Kajuru, ao divulgar o diálogo, o classificou como uma “conversa clara e honesta”. Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, por sua vez, disse que Bolsonaro havia sido avisado que a gravação seria divulgada. [2]
De acordo com o site “O Antagonista”, o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) deve, como reação, formalizar uma representação contra Kajuru no Conselho de Ética do Senado. [3]
Entre opositores, contudo, a reação à gravação foi de crítica ao teor. “A conversa entre um senador e o presidente da República articulando contra uma CPI e um ministro do STF é um fato gravíssimo”, escreveu o deputado federal Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara. [4]
Kim Kataguiri (DEM/SP) também reagiu contra a denúncia dizendo que “o desespero de Bolsonaro para barrar a CPI da pandemia contra ele só mostra que está com rabo preso”. “Quem é inocente não tem medo de investigação”, opinou o parlamentar. [5]
EDITAMOS no dia 12/05 às 14h56: originalmente, informamos que a ampliação do escopo defendida pelo presidente incluiria “prefeitos e senadores”. Na realidade, seria para incluir “prefeitos e governadores”. Pelo erro, pedimos desculpas.