A associação liberal Livres criticou a nota publicada na noite da última terça-feira (30) pelo Ministério da Defesa em alusão aos 57 anos do início do regime militar de 1964, completados nesta quarta (31).
Na avaliação do grupo, “ditadura não se celebra”, mas sim “se repudia”, e que os mencionados “movimentos” foram, na prática, um Golpe de Estado.
“A memória daqueles tristes anos deve ser usada para reafirmar o compromisso democrático de jamais repeti-los”, pontuou o Livres nas redes sociais.
Não, ministro Braga Netto. Ditadura não se celebra. Ditadura se repudia.
O que o senhor chama de “movimentos ocorridos em 1964” foram, na verdade, um golpe de estado.
A memória daqueles tristes anos deve ser usada para reafirmar o compromisso democrático de jamais repeti-los. pic.twitter.com/UEFVDNUUDB— LIVRES (@EuSouLivres) March 30, 2021
Contexto
Como noticiado pelo Boletim da Liberdade, a nota emitida pelo Ministério da Defesa e assinada pelo ministro Walter Braga Netto enfatizou o contexto da Guerra Fria e afirmou que “havia ameaça real à paz e à democracia” do Brasil da época.
Sem mencionar episódios de desrespeito aos direitos humanos que foram uma das marcas do regime, o texto oficial afirmou ainda que “as Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o país, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo”.
Desde o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, há esforços no sentido de rememorar o episódio de forma saudosa, reforçando o contexto de apoio social que marcou o início do período e evitando-se o emprego do termo golpe.