Após o pleito no congresso, culminando com a eleição dos candidatos do Governo Federal, fica o questionamento. E agora, José? Pergunta antológica e que traduz uma situação de incerteza no horizonte político brasileiro.
E agora, José? Será que teremos enfim as prometidas reformas? Não há mais desculpas referentes ao possível entrave dos presidentes das Casas Legislativas. O governo tem uma vitória que pode destravar as pautas que lhe são caras, colocando em prática os planos já estabelecidos e melhorando o diálogo com a Câmara e o Senado.
Mas e agora, José? Sabe-se que o Centrão age como um agiota perverso, daqueles de filme de máfia italiana, que dá corda para o endividado ir se endividando cada vez mais, oferecendo mais crédito a preços cada vez mais exorbitantes. Por quanto tempo o governo conseguirá pagar esse preço cada vez mais alto? Será que, de fato, o governo terá a liberdade que espera para governar, se escorando nesse amparo vacilante, ou estará Bolsonaro dormindo com o inimigo?
Sabe-se que o Centrão age como um agiota perverso, daqueles de filme de máfia italiana, que dá corda para o endividado ir se endividando cada vez mais, oferecendo mais crédito a preços cada vez mais exorbitantes.
Então, e agora, José? O que fará a oposição, que não se articula, mesmo tendo um ambiente cheio de irregularidades por parte do governo? Será que teremos a tal frente ampla de oposição democrática, mesmo com uma boa parcela dela escoando por entre os dedos de Rodrigo Maia e companhia? O que fará a esquerda agora, que bate cabeça que nem dupla de zaga de time rebaixado?
Muitas dúvidas perduram no horizonte brasileiro, marca registrada de um Presidente imprevisível e destemperado, cuja oposição navega igualmente sem rumo, mesmo tendo todas as armas e ferramentas necessárias para ser implacável. Nada disso é novidade, surpresa seria se PSOL e NOVO compreendessem a realidade da política e fossem mais pragmáticos, se o DEM não pulasse para o lado do Centrão nos 45 do segundo tempo e se Jair Bolsonaro fizesse um governo razoável. Aí sim estaríamos todos perplexos.
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados