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Sociedade de Infectologia critica cloroquina e secretário pede respeito aos médicos

O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde afirmou ver 'polarização' e inconsistências nas críticas da Sociedade Brasileira de Infectologia
Hélio Angotti, Secretário do Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/Facebook)
Hélio Angotti, Secretário do Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/Facebook)

O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti, afirmou nesta sexta-feira (17) que existe “polarização” em torno do uso da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. Na opinião dele, há “inconsistências” nas críticas direcionadas ao uso do medicamento. Ele também pediu respeito à escolha do tratamento feita pelo médico, bem como à escolha do paciente sobre qual tratamento fazer.

“Há uma série de inconsistências nessas críticas e a gente lamenta essa polarização. Vamos respeitar a competência dos nossos profissionais de saúde, o direito deles de prescrever, o direito do paciente buscar o tratamento que melhor entende ser correto”, disse ele durante coletiva.

Angotti afirmou que as críticas direcionadas ao uso de medicamentos podem ser feitas por uma leitura incorreta dos resultados das pesquisas. “E as pessoas precisam aprender a ler ciência. Há evidências contrárias a essa e outras drogas. Mas são pacientes que podem estar na fase leve, na fase inicial. Esses artigos têm se posicionado contra o uso da droga, mas muitas vezes em pacientes em fase tardia”.

Durante a coletiva, jornalistas questionaram os representantes da pasta a respeito de uma nota assinada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) que recomendou a suspensão do uso da hidroxicloroquina nos tratamentos de covid-19. A entidade se baseou em dois estudos que teriam atestado a ineficácia da droga.

O secretário do ministério disse ainda não ter recebido a nota e mostrou cautela ao falar de seu conteúdo. Ao mesmo tempo, afirmou que o Ministério da Saúde conta com uma equipe de análise dos estudos e pesquisas existentes em relação aos possíveis tratamentos do novo coronavírus e que, caso entenda necessário, a pasta poderá mudar a orientação a respeito do uso do medicamento.

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“O ministério vai continuar acompanhando as evidências. Da nossa parte não há problema em mudar a orientação. Precisamos ir aos fatos, olhar as evidências em termos de ciência, entender que a doença tem várias fases, os pacientes têm vários momentos da doença e que cada pesquisa aborda uma fase diferente”. Conforme dados divulgados hoje pela pasta, já foram entregues 29 mil unidades de cloroquina para Goiás; 11 mil para o Tocantins; 15 mil para Mato Grosso; 26 mil para Mato Grosso do Sul; 78 mil para o Espírito Santo e 85 mil unidades do medicamento para Minas Gerais. Não foram apresentados dados sobre a distribuição da cloroquina em outros estados.

Estudos sobre o medicamento

A nota assinada pela Sociedade Brasileira de Infectologia trouxe resultados de “dois estudos clínicos robustos”, publicados em revistas médicas “prestigiosas”, sobre a ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento precoce da doença. Em face desses resultados, a SBI recomendou que “hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da covid-19”.

O primeiro estudo citado pela entidade foi realizado nos Estados Unidos e no Canadá. Nele, um grupo recebeu a hidroxicloroquina e outro recebeu um placebo (comprimido sem qualquer efeito farmacológico). “O grupo que recebeu hidroxicloroquina não teve nenhum benefício clínico: não houve redução na duração dos sintomas, nem de hospitalização, nem impacto na mortalidade”, afirmou a SBI.

O outro estudo foi realizado na Espanha e não teria percebido nenhum benefício virológico nem clínico nos pacientes que receberam a hidroxicloroquina. “Como já haviam sido publicados estudos clínicos randomizados com grupo controle demonstrando que a HCQ não traz benefício clínico nem na profilaxia (prevenção), nem em pacientes hospitalizados, esses dois estudos completam a avaliação de eficácia e segurança do seu uso nas três fases da doença”, acrescentou a SBI.

Edição: Liliane Farias/Agência Brasil

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