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Na voz de quem interessa, Bolsonaro é tão ditador quanto Lula

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Dizem por aí que há uma ditadura rondando o Brasil. Você acredita nisso? Esse discurso já se fez antes. No que deu?

A frase “A esperança que venceu o medo” pautou a primeira campanha vitoriosa do ex-presidente Lula e foi usada para fazer contraponto ao discurso dos adversários dele, de haver risco para a democracia na eleição de alguém, que contrariava os costumes, alguém assustador.

Lula venceu duas eleições, presidiu o Brasil por dois períodos, escolheu e elegeu a sucessora, que deixou a presidência antes do tempo regulamentar, num processo de impeachment. E a democracia sequer foi arranhada, nem mesmo quando uma artimanha semântica deu a Dilma a elegibilidade que a Constituição não reconhecia.

O discurso do medo de se perder a democracia voltou. Foi utilizado contra Jair Bolsonaro na campanha dele para a Presidência da República e permanece. Mas o povo tem preferido a esperança ao medo de não mudar tudo aquilo que ele conheceu com o nome de política até agora. Mas, para a oposição, que chamam “esquerda”, não custa insistir.

O professor Marcos Nobre, um excelente currículo a serviço da Universidade, escreveu “Contagem Regressiva”, artigo publicado na última edição da revista Piauí. Ele anuncia, novamente, uma democracia em risco.

O artigo está ilustrado pelo Roberto Negreiros, Prêmio Esso de Jornalismo. Roberto fez uma caricatura do presidente Jair Bolsonaro, equilibrando-se num arame, desses de circo, fincado sobre uma haste onde se lê, 2022. A caricatura está ajudada por um guarda-chuva onde está grifado, ⅓, que a leitura sugere ser o eleitorado cativo do presidente.

Na abertura do texto, que é longo, escreveu o professor Nobre: “O objetivo real de Bolsonaro é destruir a democracia. Manter-se no poder e vencer a eleição em 2022 são apenas requisitos para alcançar esse objetivo maior. “É claro…”, continua o professor, “que esse roteiro pode mudar. Bolsonaro pode tentar um golpe antes de 2022. Mesmo que seja uma tarefa ainda mais difícil neste momento de dispersão e fragmentação, as forças democráticas têm de se preparar como puderem também para isso”.

Se tomarmos o presidente Jair Bolsonaro pela personalidade que lhe deu o professor Marcos Nobre em outro artigo, publicado na mesma Piauí em dezembro de 2018, aí a desgraça anunciada será completa. Em “A Revolta Conservadora”, o professor mostra Jair Bolsonaro como uma fera que ninguém conseguiria amansar ou adestrar, nem mesmo as instituições. Disse ele: “Não tem camisa de força institucional que segure esse presidente.”

Mas, afinal, que diabos de democracia temos que, pela fragilidade, assusta pessoas de inteligência brilhante como a do ilustre professor Marcos Nobre? Não assusta.

O professor, na verdade, se utiliza de um estratagema, que num conceito diferente de estratégia, está definido como o meio astucioso, um subterfúgio, um ato de esperteza, para atingir uma finalidade, que, no caso do professor Nobre, é abrir caminho de retorno para o ex-presidente Lula e para o PT.

É o que se lê na reta final do artigo presente do professor Nobre, quando ele afirma: “O PT governou por treze dos 22 anos da República do Real, tem a maior bancada na Câmara dos Deputados. É enorme a responsabilidade política de Lula e do PT na sustentação da democracia em seu momento de maior fragilidade desde a redemocratização”.

Preciso dizer mais?

O problema da democracia está no fato de ela servir a todos e não exclusivamente aos contrariados. Esta qualidade incomoda quem gostaria de ter uma democracia só pra si.

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