JEFFERSON VIANA*
Chega dezembro, o último mês do ano e também o fim do primeiro ano do governo Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República. Muitas críticas rondam a atual gestão governamental, sobretudo de alguns grupos de dentro do espectro pró-liberdade, com alegações de que houve fraqueza na condução de reformas e com críticas de diversas decisões tomadas pelo governo federal, muitas vezes fazendo coro com a oposição de esquerda.
Acusar o governo de agir com morosidade com as reformas econômicas chega a ser desonesto, independente do ponto de vista. A atual gestão iniciou o programa de desestatização, abrindo as portas para a redução do tamanho da máquina estatal. Houve a sanção da Lei de Liberdade Econômica, o recém-iniciado “Revogaço” e a mais importante das reformas, a reforma do sistema previdenciário, tentada desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso e que só foi à frente na gestão de Jair Bolsonaro. Além disso, já foram protocoladas pelo governo no legislativo as PEC’s do Plano Mais Brasil, que visam trazer um melhor desempenho à máquina administrativa.
Sobre a reforma da Previdência, estes grupos reclamam de uma descaracterização do texto original promovida pelo próprio governo, sendo que representantes de grupos pró-liberdade tiveram sua parcela de culpa: foi de autoria do deputado federal Daniel Coelho (Cidadania/PE), vinculado ao Livres, a retirada de estados e municípios da obrigatoriedade de realizarem reformas previdenciárias, situação esta que o Senado está prestes a corrigir por meio da chamada PEC paralela.
Além desta “sabotagem”, membros de legendas como o NOVO e o PSDB tentam sabotar o governo a qualquer custo numa espécie de torcida para o quanto pior, melhor. Ressaltando que há bons parlamentares em ambos os partidos, destaco as críticas ácidas do ex-presidenciável João Amoêdo em seu perfil no Twitter, bem como a tentativa injustificável de expulsão da sigla o ministro do meio ambiente Ricardo Salles em ação interna que foi iniciativa de uma pessoa delatado por Antônio Palocci, de um deputado estadual que vota mais do lado do PSOL do que do próprio NOVO e de um jornalista do Grupo Globo. Do PSDB, são visíveis as articulações de João Dória, que não esconde de ninguém que quer ser candidato à presidência em 2022.
“Membros de legendas como o NOVO e o PSDB tentam sabotar o governo a qualquer custo numa espécie de torcida para o quanto pior, melhor”
A questão que fica é: será que João Amoêdo faria o enfrentamento a esquerda radical e teria pulso para fazer reformas estruturais se fosse presidente? Ou ficaria refém de grupos como o Todos Pela Educação, RenovaBR e Acredito? Será que João Dória governaria da maneira que discursa ou faria retornar a força de grupos políticos que tiveram força nos últimos anos, visto que boa parte do gabinete ministerial de Michel Temer está nomeada nas estruturas do Governo de São Paulo?
Mesmo você não gostando da figura do presidente Jair Bolsonaro, é inegável que o Brasil está começando a dar certo. Críticas são sempre válidas, mas os grupos pró-liberdade que hoje batem na gestão Bolsonaro na verdade estão servindo apenas para tentar quebrar a estabilidade do governo e tentarem promover seus políticos de estimação rumo à campanha presidencial de 2022. O momento é de união de forças para recuperar o Brasil economicamente, politicamente e moralmente, acabando com o legado deixado por governos anteriores. E críticas por birra podem, em vez de colocar um Amoêdo ou Dória na presidência, levar um Ciro Gomes ou um petista de volta ao poder.
*Jefferson Viana é secretário parlamentar da Câmara dos Deputados, acadêmico em História e colunista do site Sentinela Lacerdista