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‘A direita brasileira foi estatizada’, avalia Renan Santos em congresso do MBL

Em um dos primeiros painéis do 5º Congresso do Movimento Brasil Livre, em São Paulo, lideranças nacionais da entidade fazem uma avaliação pessimista sobre o governo do presidente Bolsonaro
Foto: Divulgação

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Em um dos primeiros painéis do 5º Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre que é realizado entre essa sexta-feira (15) e sábado (16) em São Paulo, as principais lideranças da entidade compartilharam com os presentes uma visão sobre a direita brasileira e uma análise pessimista sobre o governo Bolsonaro.

Para Renan Santos, considerado o principal estrategista da organização, a direita brasileira deve ser, primeiramente, compreendida como formada por três grandes grupos: o círculo da ordem (formado por conservadores), o círculo modernizante, com foco na economia (e formado por liberais) e o círculo anticorrupção (formado por militantes lavajatistas).

Pedro D’eyrot, um dos fundadores do MBL, avalia que a união dessas forças internas foi capaz de criar um movimento forte e plural, com a ascensão de diferentes representantes políticos, na imprensa e em movimentos civis.

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“Mas, conforme o PT caiu e as coisas foram decantando, começamos a ver a fragmentação desse polo que unia as três coisas”, ponderou. Mas Bolsonaro foi capaz de “meio que intuitivamente” resgatar essa força.

Santos analisa: “[Ao vencer, ele] chamou o Sérgio Moro para defender o governo, então trouxe o grupo anticorrupção para com ele. Chamou o Paulo Guedes, então aplacou o bloco modernizante [liberal]. Sem contar que o próprio Bolsonaro é o representante da ordem. Só que agora isso aqui está se fragmentando de novo”, pondera, citando casos como a redução de poder do Coaf, a indicação de Augusto Aras para a PGR e a proteção aos filhos.

Renan Santos também afirmou “que existe um projeto autoritário sendo gerado pelo grupo ideológico do Olavo de Carvalho, pelo Filipe G. Martins e pelos filhos do presidente”.

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“Isso para mim é claro, é nítido. Começa com a própria construção de um exército virtual, de milícias virtuais, baseada única e exclusivamente na ideia de atacar primeiramente pessoas de direita”, diz.

Na sequência, Renan e D’Eyrot também criticaram a influência que o governo e o poder está tendo junto ao movimento antes espontâneos que surgiam das ruas. “A direita brasileira foi estatizada”, disse Renan.

“Nós [do MBL] fomos atacados porque não fomos estatizados. Quem não foi estatizado, foi atacado. Manifestações ocorreram com dinheiro do fundo partidário e de gabinete de político. Todo mundo sabe”, disse.

Para D’Eyrot, esse modo de atacar aliados “é uma visão de mundo que se isola, se enclausura”.

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“Isso, infelizmente, é uma estrada para o fracasso. É impossível se governar um país tão plural como o Brasil se isolando no próprio discurso, que cria uma paranoia estérica onde se vê inimigos em todos os cantos. Ninguém pode ter nenhum tipo de dissidência que já é logo visto como inimigo. Isso é o embrião que vai fazer o bolsonarismo dar errado”, avaliou.

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