fbpx

Procuradores teriam seguido sugestão de Sérgio Moro, revela novo vazamento

Em seu programa de rádio, jornalista Reinaldo Azevedo divulga conversas que teriam sido vazadas do aplicativo de mensagens de Deltan Dallagnol que revelariam que MP mudou estratégia após sugestão do juiz

Compartilhe

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O jornalista Reinaldo Azevedo divulgou na noite desta quinta-feira (20) em seu programa de rádio na BandNews FM diálogo inédito atribuído aos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima e Deltan Dallagnol, ambos da força-tarefa da Operação Lava Jato. Azevedo teria tido acesso ao material em parceria com o blog The Intercept.

Na conversa, Deltan teria encaminhado a Carlos Fernando a sugestão de Moro para “treinar” uma determinada procuradora, que não teria tido um bom desempenho em audiência durante a acusação. Com pedido de sigilo, os procuradores combinam que as mensagens seriam apagadas.

Na sequência, acertam que marcariam em breve uma reunião para debater estratégias. De fato, a procuradora criticada por Moro não participaria de audiências futuras e relevantes da Operação Lava Jato, como aquela em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ouvido.

[wp_ad_camp_1]

Azevedo afirma que o diálogo entra em contradição com uma declaração de Moro no Senado Federal na última terça-feira (18), quando o hoje ministro da Justiça teria afirmado que sua sugestão não teria tido consequências no desenrolar do processo.

Foto: Reprodução/Facebook

“Como se nota, Dallagnol repassa a mensagem de Moro a Carlos Fernando, mostra disposição de mexer na escala – e mexe. Dois meses depois, no dia 10 de maio de 2017, o ex-presidente Lula depunha pela primeira vez em Curitiba. Do outro lado da mesa, Sérgio Moro – aquele que, na prática, coordenava a Lava Jato. E não: Laura Tesler não estava presente”, sintetiza o jornalista, afirmando que a “procuradora [criticada por Moro] foi excluída da audiência e houve uma combinação para isso”.

“Isto é muito grave, muito mais grave do que parece. Ontem, Sérgio Moro disse que a sugestão dele não tinha tido consequência nenhuma. Teve consequência sim. A procuradora saiu, foi substituída, e isso caracteriza uma interferência na acusação. Um juiz não interfere no órgão acusador. Um juiz que sugere mudanças no órgão acusador está escolhendo o acusador e ele não escolhe nem acusação, nem defesa. Porque quando ele escolhe o acusador, o que ele está fazendo é escolhendo a pessoa que pode atuar contra o réu. A obrigação de um juiz é ouvir a acusação e a defesa para formar sua convicção com base nas provas materiais. Sem isso, ele é um juiz de acusação e todo jurista e advogado que me ouve sabe disso”, opinou o jornalista.

Confira a íntegra do programa abaixo:

[fbvideo link=”https://www.facebook.com/radiobandnewsfm/videos/423694245028164/” width=”920″ height=”” onlyvideo=”1″]

Resposta de Sérgio Moro

De acordo com divulgado pelo blog “O Antagonista”, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça teria divulgado a seguinte nota: [1]

“Sobre suposta mensagem atribuída ao Ministro da Justiça e Segurança Pública esclarece-se que não se reconhece a autenticidade, pois pode ter sido editada ou adulterada pelo grupo criminoso, que mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética. A suposta mensagem já havia sido divulgada semana passada, nada havendo de novo.

Na suposta mensagem não haveria nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado Federal, como especulado. Cabe esclarecer que o texto atribuído ao Ministro fala por si, não havendo qualquer solicitação de substituição da procuradora, que continuou participando de audiências nos processos e atuando na Operação Lava Jato.”

[wp_ad_camp_3]

Assine o Boletim da Liberdade e tenha acesso, entre outros, às edições semanais da coluna panorama

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?