A última terça-feira (7) foi marcada por contestações à solidez dos compromissos firmados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando o presidente Jair Bolsonaro visitou seu país, em março. Na quarta-feira (8), na contramão, o presidente americano formalizou seu apoio ao ingresso do Brasil como aliado preferencial extra-OTAN.
O anúncio foi comemorado pelo assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais do Brasil, Filipe G. Martins, em sua conta no Twitter. Ele registrou que o gesto destaca “o interesse americano em aprofundar a coordenação e a parceria com o Brasil em questões relacionadas a defesa e segurança”.
O Presidente Donald Trump notificou hoje o Congresso americanos sobre sua intenção de designar o Brasil como aliado preferencial extra-OTAN, destacando o interesse americano em aprofundar a coordenação e a parceiria com o Brasil em questões relacionadas a defesa e segurança.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) May 8, 2019
A condição de aliado prioritário extra-OTAN ofereceria ao Brasil vantagens em relações militares com os Estados Unidos, mesmo que o país não seja membro propriamente dito da Organização do Tratado do Atlântico Norte, basicamente restrita a nações da América do Norte e da Europa. Países como Coreia do Sul, Argentina e Japão já constam da categoria.
A inclusão permitirá ao país ser comprador preferencial de tecnologia bélica americana, participar de leilões do Pentágono para vender produtos militares e ganhar prioridade em treinamentos com as Forças Armadas norte-americanas. “Estou tomando essa medida para reconhecer o recente comprometimento do Brasil em aumentar a cooperação militar com os Estados Unidos, e em reconhecimento do nosso próprio interesse nacional em intensificar nossa coordenação militar com o Brasil”, disse Trump.
Apoio ao ingresso na OCDE
A principal razão de críticas na terça-feira foi ao fato de que os EUA não anunciaram oficialmente seu apoio ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) durante a última reunião do Conselho de Representantes. A concessão desse apoio formal havia sido prometida por Trump.
Nesta quarta-feira (8), o governo americano enfim se manifestou oficialmente a favor da entrada do Brasil na organização. A secretária assistente de Estado norte-americana Kimberly Breier disse, na mesma nota em que reitera o apoio ao Brasil, que a Casa Branca “acolhe as reformas econômicas, as melhores práticas e uma estrutura regulatória conforme os padrões da OCDE” sinalizadas pelo governo Bolsonaro. [1]
A OCDE, na prática, tem 36 membros e promove a cooperação e discussão de políticas e questões econômicas entre os integrantes. A meta brasileira é que o ingresso facilite a recepção de recursos e investimentos, já que integrar o seleto grupo obriga a adoção de medidas estruturais e econômicas importantes.