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Bebianno concede entrevista à Jovem Pan: leia as principais declarações

Ministro exonerado por Jair Bolsonaro criticou agressividade de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e revelou bastidores do processo que culminou em sua saída do governo
Foto: Reprodução/YouTube

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Foto: Reprodução/YouTube

Exonerado na última segunda-feira (18) pelo presidente Jair Bolsonaro, o agora ex-ministro Gustavo Bebianno concedeu na noite desta terça-feira (19) uma entrevista exclusiva à rádio Jovem Pan. Confira, abaixo, as principais declarações dadas por Bebianno aos jornalistas:

“O Carlos tem um nível de agressividade acima do normal. No Rio de Janeiro, ele é conhecido como destruidor de reputações. Se você ouvir os próprios membros do PSL no Rio de Janeiro, muitas pessoas foram atacadas de forma muito forte e veemente sem nenhum motivo. Isso se tornou uma bola de neve. As pessoas têm medo de se confrontar. Diversas vezes o Carlos me agrediu, direta ou indiretamente. Ele usa muito o perfil de outras pessoas para fazer isso.”

“Existe uma falha [do presidente] em relação ao comportamento do Carlos. O presidente tinha que dar um basta nisso. Diariamente, com esses ataques e essa metralhadora giratória, ele gera inimigos. [O Carlos] não mede as consequências dos seus atos. As pessoas têm filho, mãe e pai. Como é que você vai à público e chama uma pessoa de mentirosa?”

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“O Carlos exerce uma grande influência nas redes sociais. Muita gente inteligente e com discernimento o segue e admira.”

“Tenho grande admiração pelo Arthur, do ‘Mamãe Falei’. Primeiro, pela coragem. Tem muito valentão de internet por aí. Ele tira as pessoas do sério pela lógica. Mas o pessoal do MBL não é bem-vindo [com o grupo do Bolsonaro]. Não consigo entender essas rusgas. A gente tinha que dar as mãos.”

“Não se pode cuspir no prato que comeu. Não se pode esquecer as regras do jogo. Falta bom senso, calma. Minha indignação aqui é por ter servido como um soldado leal de todas as horas, disposto a matar ou morrer, e no fim da linha ser crucificado. Levar um tiro nas costas. Taxado de tudo o que há simplesmente porque o sr. Carlos Bolsonaro fez uma ‘macumba’ psicológica na cabeça do pai.”

“Eu fui demitido pelo Carlos Bolsonaro. Na verdade, não era nem pra eu ter assumido [o Ministério]. Nunca pedi nada ao presidente.”

“Se eu quisesse atrapalhar, bastava não ter feito nada. A própria inércia talvez faria com que o presidente, talvez, nem conseguisse sua candidatura. Estou com a consciência tranquila. Sempre vi nos olhos do presidente um grande carinho por mim.”

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“O Carlos Bolsonaro fez muita pressão para que o presidente não me indicasse. Eu soube que ele disse assim ao presidente: ‘Se você indicar o Bebianno, eu vou embora e nunca mais coloco os pés em Brasília’. Eu senti um desconforto muito grande por parte do presidente. Ele, ao mesmo tempo que olhava pra mim e sabia o que tinha sido feito, não queria contrariar o Carlos. Por isso, a minha indicação foi tão tardia. Esse processo de fritura começou no CCBB, antes mesmo de começar o governo.”

“Tem muita gente especulando, maldosamente, que sou um homem bomba, que sei muito e tal e coisa. Quero dizer o seguinte: tenho caráter. Não vou atacar o nosso presidente em absolutamente nada. Nosso presidente é um homem correto, um patriota que quer o bem do nosso país. Nosso governo vai dar certo. Além do Paulo Guedes, temos de melhor nesse governo a ala militar. Convivi com diversos generais e posso dizer que são pessoas extremamente preparadas e, acima de tudo, democratas. O governo Jair Bolsonaro será um sucesso.”

“Houve desnecessariamente ter sido fritado da maneira como eu fui, em público, pelo filho do presidente. Me causou muita dor. Isso não se faz, não é humano, nem atende à liturgia do cargo de presidente. Em um momento, fui chamado de mentiroso, depois de X-9 e vazador. Eu disse que não aceitava esse tipo de ‘pecha’, depois de tudo o que foi feito. Não vou sair pela porta dos fundos. Eu tenho caráter. Deixei bem claro que não aceitaria fazer isso como um cachorro escorraçado. De mim, o nosso presidente só recebeu coisas boas. Por isso, não aceitei.”

“Achei que o presidente teria uma manifestação um pouco mais esclarecedora e incisiva em defesa de mim. Mas custou a sair. Pensei que se eu pedisse exoneração, estaria passando recibo do que fui acusado. Nessa negociação, me foi oferecida uma diretoria em Itaipu com uma remuneração magnífica – R$ 1,1 milhão por ano, fora benefícios e tal -, mas eu perderia minha dignidade se aceitasse. A embaixada não foi oferecida, mas foi cogitada. Ou a de Portugal ou a da Itália. Começaria a ser desenvolvida uma conversa, mas eu cortei logo no início. No mundo político, há muito ciúme. Nosso presidente desperta a paixão nos outros. Quando você fica em evidência, você é alvo de ataques. Então, durante muito tempo, ouvi dizer que eu estava no poder para fazer negócios ou ganhar dinheiro. Queria mostrar que não era assim. Se tivesse esse desfecho, ia parecer que estava me vendendo”.

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