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Nota agressiva do Ministério da Educação contra jornalista gera polêmica

Texto tentou se defender das acusações de que a atual gestão retirou vídeos sobre autores marxistas de site para surdos, mas fez ataques pessoais ao passado de jornalista em nota
Ricardo Vélez Rodriguez, novo ministro da educação (Foto: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil)

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Ricardo Vélez Rodriguez, novo ministro da educação (Foto: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil)

Um comunicado oficial do Ministério da Educação divulgado na noite desta quarta-feira (30) nas redes sociais causou polêmica entre internautas. Pouco mais de 14 horas após a publicação, o texto já havia sido compartilhado 17 mil vezes. [1]

O conteúdo da nota visava, primeiramente, informar que a atual gestão do MEC abriu uma sindicância para apurar a suposta “retirada sem autorização” de vídeos de autores como Karl Marx, Friedrich Engels, Marilena Chauí e Antonio Gramsci de um site voltado à educação de surdos, denunciada pelo jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, na última terça-feira (29), que havia atribuído a exclusão ao governo Bolsonaro.

O MEC classificou a denúncia publicada pelo jornalista como “tanto falsa quanto maldosa”, pois a retirada dos vídeos teria ocorrido entre abril e novembro de 2018. Na sequência, o órgão governamental escreveu um parágrafo polêmico e de difícil compreensão, com insinuações contra o profissional e edificando a imagem do ministro Ricardo Vélez Rodriguez.

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“Ao contrário do que quer fazer crer o colunista, ludibriando dessa forma os leitores do jornal O Globo, durante a sua vida como docente, o Ministro da Educação sempre ensinou e defendeu a pluralidade e o debate de ideias, recusando-se a adotar métodos de manipulação da informação, desaparecimento de pessoas e de objetos, que eram próprios de organizações como a KGB, o serviço secreto do governo comunista na antiga União Soviética, que na década de 1960, quando de sua fuga do Brasil para a Rússia, protegeu e forneceu identidade falsa para o colunista de O Globo“, afirmou o texto, relembrando o passado de Gois.

O comunicado não parou por aí e continuou a resgatar fatos do passado do jornalista para desmerecer sua denúncia.

“Na época, segundo ele próprio declarou em entrevista ao site da Associação Brasileira de Imprensa em 2009, Ancelmo Gois foi treinado em marxismo e leninismo na escola de formação de jovens quadros do Partido Comunista Soviético”, concluiu o texto, enigmático.

Internautas criticam o texto

Diversos internautas criticaram o tom e o modo como foi escrita a nota nas redes sociais.

“Agora, escreva um comunicado com coesão, coerência e que atenda pelo menos 4 das 5 competências da redação do ENEM. Aguardo”, comentou uma internauta no Facebook, recebendo mais de 11 mil curtidas.

Outros criticaram também os assuntos tratados. “Esse post sempre será lembrado por mim como o marco do dia em que perdi as esperanças”, afirmou.

“Não pode ser a postura da entidade Ministério da Educação fazer ataques a pessoas em nome do ministro. Se o senhor Vélez Rodrigues se sentiu ofendido, que faça isso na sua própria página ou peça direito de resposta para se defender com publicação no próprio jornal”, criticou um leitor.

Resposta

Pouco depois da publicação da polêmica nota, a coluna de Ancelmo Gois reafirmou que a retirada dos vídeos ocorreu durante a gestão de Vélez. [2]

“Os vídeos ainda estavam no ar no mínimo até 2 de janeiro deste ano. O que a coluna fez foi consultar o cache do Google. É um tipo de ‘histórico’ onde é possível ver versões anteriores de uma página. Em 2 de janeiro, ainda estava no ar o vídeo sobre Marx e, em 1 de janeiro, ainda constava o de Nietzche”, diz o texto.

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