O economista Paulo Guedes, tido como principal conselheiro econômico do pré-candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL), garantiu em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último sábado (14) que tem um “plano interessantíssimo” para a Previdência no Brasil. [1]
Perguntado como viabilizaria um sistema de capitalização, Guedes explicou, porém, que inicialmente a “ideia é oferecer uma alternativa”. “Não quero nossos filhos e netos condenados. É covardia”, disse, complementando que tem “um plano interessantíssimo”, mas que não poderia adiantar ainda.
Defensor das privatizações para amortizar a dívida pública (segundo ele, elas renderiam de R$ 500 bilhões a R$ 800 bilhões para o Tesouro), Guedes também confidenciou os bastidores de uma conversa que teve com Bolsonaro sobre a importância de se votar a reforma da Previdência:
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“Falei para o Bolsonaro: se aprovar isso aí agora (reforma proposta por Temer) o avião não cai na sua cabeça e segue mais dez, 15 anos. Se não aprovar, vai cair na sua cabeça e na minha. Não acho legal. Ele me disse: ‘Pô, Paulo, você faz o que quiser depois, mas se eu fizer isso, nem chego lá. O Lula está falando que vai mexer na Previdência? O Alckmin? Acredito em você, mas não posso'”.
Ao fim da entrevista, Guedes – que é doutor em economia pela Universidade de Chicago – falou também sobre programas sociais.
“Programas sociais de transferência de renda são inteiramente louváveis. Os liberais compreendem e criaram as mais potentes ferramentas para erradicação da miséria. Estamos examinando um programa de renda mínima. Mas não adianta só incluir os pobres no orçamento. A verdadeira inclusão social é o emprego. O sujeito que tem emprego cuida dele mesmo.”, disse.
Leia a entrevista na íntegra clicando aqui.
Boca grande e ciumeira
Duas pessoas próximas que já conviveram com Jair Bolsonaro, porém, observaram ao Boletim da Liberdade que a exposição de Guedes pode gerar desconforto nos bastidores da pré-campanha do parlamentar.
De personalidade centralizadora, Bolsonaro costuma se incomodar com pessoas que, na mídia, dizem falar por ele. Alguns dos posições mais marcantes de Guedes, especialmente ao falar de privatizações, não encontraram ainda eco nas falas do pré-candidato, que recorrentemente cria ressalvas sobre a venda de empresas estatais. A principal delas diz respeito a setores supostamente “estratégicos”.
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