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‘Ou é guerra, ou é a política’, diz Arthur do Val, do ‘Mamãe Falei’, ao defender que liberais lutem na política

O criador do canal de vídeos do Youtube abre o jogo para o Boletim e conta a história da iniciativa, fala sobre a perseguição que sofre e seus projetos futuros
Foto: Reprodução / YouTube

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(Foto: Reprodução / Jovem Pan Online)
(Foto: Reprodução / Jovem Pan Online)

Você sempre sentiu vontade de provocar e expor os paradoxos e contrassensos que os militantes da CUT, das centrais sindicais ou os movimentos estudantis ligados ao PSOL andam dizendo por aí? O entrevistado do Boletim de hoje foi além e colocou a vontade em prática, transformando-a em um canal do YouTube. Seu nome: Arthur Moledo do Val, o paulista dono do Mamãe Falei.

Corajoso, Arthur ganhou enorme notoriedade depois que começou justamente a dar as caras nos movimentados protestos e eventos de petistas, psolistas e companhia, com o aparelho de gravação na mão, perguntas simples e disposição para simplesmente deixá-los falar – e muitas vezes demonstrando que os manifestantes não faziam a menor ideia do que estavam fazendo ou defendendo. Já são mais de 540 mil inscritos no canal, com 32 milhões de visualizações em 170 vídeos já publicados, a maioria superando as 100 mil visualizações, algumas batendo a marca das 700 mil.

Afinal, de onde veio essa ideia que deu tão certo? Aonde ele quer chegar com isso? Essas e outras perguntas foram respondidas nesta entrevista exclusiva. Confira:

Boletim da Liberdade: O Canal Mamãe Falei, pelo seu dinamismo, edição eficiente e muito bom humor, atingiu grande notoriedade. Quanto tempo ele levou para adquirir esse alcance e como surgiu a ideia para o seu lançamento, nesse formato que ele tem hoje? Aliás, como surgiu o nome?

Arthur do Val: O canal surgiu em maio ou junho de 2015. Fiz para reclamar da vida e externar minha indignação, cansado de pagar tantos impostos. Meus vídeos no início não emplacavam. Um dia houve a manifestação a favor do Lula na Casa Civil e fui lá conferir. Percebi que os caras não sabiam nem o que era Casa Civil. Fui lá perguntar, editei um vídeo e pus no ar em abril de 2016. Aí bombou. Surgiu em maio de 2015 e bombou quase um ano depois. A ideia do nome veio porque queria um nome fácil, engraçado e relacionado a ser chato, que é o que eu sou. Aí fiz uma analogia com a mãe e a infância, quando a criança faz coisa errada, e pronto.

Boletim da Liberdade: Qual a sua ligação com think tanks, instituições ou movimentos populares como o MBL? De alguma forma eles colaboram – ou poderiam colaborar – com as suas atividades no canal?

Arthur do Val: Tive a ideia do canal sozinho, em 2016. Quando fui para a rua, meus primeiros três vídeos já bombaram. Aí, o Instituto Liberal de São Paulo entrou em contato e me chamou para ir à Câmara dos Vereadores, onde haveria uma pauta em discussão sobre o Uber. Depois, a página Socialista de Iphone replicou meu vídeo. Logo em seguida, o Movimento Brasil Livre (MBL), com que fiz parceria, me ligou, propondo colocar a logo deles e eles divulgariam.

Assim foi feito. Comecei a me aproximar mais dos caras, conheci todos e são todos gente boa. Passaram a me sugerir temas, quando conseguimos contato, porque eles vivem o dia inteiro militando pela liberdade, viajando. Mas é tudo independente na parte financeira. Meus gastos, inclusive para passagem, são todos meus.

Em manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (Foto: Reprodução / Youtube)
Em manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (Foto: Reprodução / Youtube)

Boletim da Liberdade: Você teve alguma fonte de inspiração na hora de conceber o projeto? Como enxerga a exploração do humor e a forma como o discurso é empregado nas diferentes produções em vídeo do meio liberal ou conservador? Imagina alguma abordagem nesse tipo de mídia que esteja faltando?

Arthur do Val: Eu me inspirei em caras que não são da política. Sou um grande fã do Cauê Moura, mesmo ele tendo tendências de esquerda. Acho corajoso pra caramba. Penso: tem viés de esquerda, mas que bacana que faz isso dessa forma. Gosto muito também de ciências e um cara de que gosto muito é o Pirulla. Mas o formato de ir para a rua surgiu espontaneamente, foi da minha cabeça, repentino.

Irritado no trânsito, fui lá para a manifestação na Paulista e surgiu essa ideia ao ouvir tantas bobagens. O humor é maravilhoso em qualquer discurso – seja liberal, de esquerda ou de extrema direita, o que for. Sou totalmente contra o discurso do politicamente correto. Expor alguém ao ridículo é a melhor maneira de abraçar as pessoas para dentro da sua ideia. Deixo inclusive aqui meus parabéns a uma página que vem fazendo isso muito bem, a Corrupção Brasileira Memes. Eles zoam todo mundo igualmente, mas se fossem tendenciosos como alguns acusam, também não veria problema nenhum. Acusam-me de ser parcial, e eu sou mesmo. Sou tendencioso mesmo. Defendo as liberdades.

Expor alguém ao ridículo é a melhor maneira de abraçar as pessoas para dentro da sua ideia. […] Acusam-me de ser parcial, e eu sou mesmo. Sou tendencioso. Defendo as liberdades.

Boletim da Liberdade: Você teve alguma fonte de inspiração na hora de conceber o projeto? Como enxerga a exploração do humor e a forma como o discurso é empregado nas diferentes produções em vídeo do meio liberal ou conservador? Imagina alguma abordagem nesse tipo de mídia que esteja faltando?

Arthur do Val: Estou sofrendo dificuldades em todos os sentidos. Em primeiro lugar, financeiras, pois deixo de trabalhar, mas por sorte trabalho em família e eles me dão uma mão. Estou também pedindo dinheiro na Internet, as pessoas me apoiam, o que é ótimo. Estou sofrendo também de ativismo jurídico; estou encarando um processo movido pelo Marcelo Freixo e uma acusação de estupro em Curitiba. Só de advogado já estou gastando mais de 10 mil reais. Quanto a ataques físicos, a levar porrada, o dia em que fiquei com mais medo foi quando eu não era conhecido, na Câmara dos Vereadores em São Paulo, na mesma sessão sobre o Uber. Num ambiente fechado, lotado de taxistas, tive medo de não conseguir sair. Tive que correr pelos fundos para pegar o metrô.

Estou sofrendo de ativismo jurídico. Estou encarando um processo movido pelo [deputado estadual do PSOL/RJ] Marcelo Freixo e uma acusação de estupro em Curitiba. Só de advogado já estou gastando mais de 10 mil reais.

Boletim da Liberdade: Agradecemos a entrevista e, para encerrar, queremos saber quais são os seus projetos e médio e longo prazo para o Mamãe Falei e/ou qualquer outra iniciativa em que pretenda atuar. O que vem por aí?

Arthur do Val: Não criei nada disso pensando em ganhar dinheiro no meio artístico ou como youtuber. Nunca pretendi e não pretendo fazer disso uma grande carreira, mas com o crescimento do canal, surgiu uma outra oportunidade, que é algo que considero mais importante para mim e para a sociedade: ingressar na vida pública. Sempre quis ser político.

Meu plano é em 2018 ser candidato a deputado estadual, ingressar na política e fazer a diferença para mudar o Brasil. Quero me candidatar já, e o Kim [Kataguiri, coordenador do MBL] também, para deputado federal. A ideia é que pretendemos emplacar representantes de nossas ideias em todas as esferas. Emplacar deputados estaduais, gostaríamos de apoiar ao menos um governador com ideias liberais, um senador e quem sabe, um candidato a presidente, dando exemplo para todo o país em todas as esferas. Para nossas ideias triunfarem, só existem duas alternativas: ou é guerra, ou é a política, para colocar em prática. Então, vamos à política!

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https://www.youtube.com/watch?v=l0p9SDTTxsw

 

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