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Vendam as minhas empresas e vendam logo

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O IBGE diz que somos 209, quase 210 milhões de pessoas no Brasil e é o caso de se perguntar: quantos de nós recebe alguma coisa, qualquer coisa, das empresas que a esquerda e os bobos da corte consideram nossas? Poucos de nós. Uma minoria de privilegiados funcionários, fornecedores, seus familiares e apadrinhados.

Então, eu, parte da maioria, digo a você, minha leitora, meu leitor, que gostaria mesmo que o governo se desfizesse de todas as empresas e negócios que dizem serem minhas ou meus. O dinheiro da venda, qualquer dinheiro, desejo que os vendedores destinem aos orçamentos públicos, para aliviarem o peso que o governo faz sobre os meus ombros.

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A isso chama-se privatização, nome feio para a esquerda, onde está alocada a minoria que se beneficia de todo o trambolho registrado em nome do Estado.

Vez por outra os governos prometem a tal privatização. Alguns avançam um pouco e param e outros nem isso, porque a minoria beneficiada é barulhenta, esperneia e mente, mente muito para criar insegurança e incerteza na maioria. A minoria criou a conversa fiada de “empresas estratégicas”, “patrimônio público inviolável” e outras bobagens mais. Se quer tanto as empresas e negócios que só a ela, minoria, beneficia, então que fique com tudo, mas pare de nos cobrar a conta.

Lima Barreto, o brasileiro, mulato, inconformado, escreveu crônicas magníficas. Uma delas, “Centenário”, escrita para comentar a comemoração dos 100 anos do Grito da Independência. Nela, o magnífico cronista cita o conto de um humorista inglês sobre um mendigo de Londres, que disse: “Sou súdito de Sua Majestade Britânica. Tenho, além das Ilhas Britânicas, o Canadá, a Austrália, a Índia, a Nova Zelândia e não sei que mais terras; entretanto, visto-me com farrapos, durmo, as mais das vezes, ao relento, e passo dias sem comer. Que me vale ter nominalmente tantas terras? Nada. Antes tivesse alguns níqueis por dia”. E Lima Barreto surfa na onda do mendigo: “Creio que o carioca raciocina de alguma forma parecida. Dirá ele: “Que me adianta José Bonifácio, Pedro I, Álvares Cabral, o Amazonas, o ouro de Minas, a feérica exposição, o Minas Gerais, se levo a vida a contar vinténs, para poder viver?”.

Tenho voltado às leituras da juventude. Dizem que é assim com os mais velhos, porque o lembrar das coisas antigas deve ser o anúncio da partida.

Minha professora de Língua Pátria, no curso primário, dona Lúcia Maria Furquim Leite Silveira, é a razão de meu gosto pela leitura. Ela dividia as aulas em dois tempos. No primeiro, gramática e no segundo, leitura em voz alta de textos escolhidos por ela e pelos alunos.

Enquanto a gente lia, a professora consertava o ritmo da leitura, com vírgulas, pontos, exclamação, interrogação e etc. “As pausas”, dizia ela, “Não são iguais para todos os textos e vocês compreenderão isso quando colocarem a alma naquilo que leem”.

Os Contos de Lima Barreto eram os meus favoritos. Hoje, são bem mais, pela atualidade do que escreveram, uma prova de que a agenda política do Brasil é imutável. Por aqui, parece que o tempo não avança.

Foto: Bloomberg

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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