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Bilionários não deveriam mesmo existir?

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LETÍCIA ARSENIO*

Recentemente um tema tomou conta do debate público: “bilionários deveriam existir?”

Para alguns, a Economia é um jogo de soma zero e o acúmulo de riquezas por parte de certas pessoas nada mais é do que uma injustiça, um evento antinatural. Até chegam a dizer que todo o dinheiro deles deve ser redistribuído.

Certamente existem bilionários que chegam ao topo por meios escusos e não necessariamente pelo valor que geram para a sociedade (talvez os oligarcas russos e chefes de regimes ditatoriais sejam o melhor exemplo disso).

Entretanto, quando falamos de indivíduos que acumulam riquezas ao ponto de se tornarem bilionários em sistemas capitalistas, principalmente em países de primeiro mundo que desfrutam de alto nível de liberdade econômica, a coisa muda de figura: não há como chegar ao topo sem oferecer bons serviços e produtos aos seus consumidores. Quando não negligenciam isso, perdem mercado para concorrentes mais inteligentes.

Elon Musk se tornou bilionário em razão de ter criado empresas como a Space X, que desenvolveu uma tecnologia capaz de baratear viagens espaciais, ou da Tesla, que criou carros elétricos eficientes e a preços competitivos.

Jeff Bezos só se tornou um dos homens mais ricos do mundo porque através da Amazon solucionou muitos dos problemas que acometiam as principais lojas de varejo americanas, como a logística e a experiência dos clientes, e espalhou seu modelo de sucesso pelo mundo.

Outros exemplos poderiam ser dados, mas esses já são suficientes para demonstrar os motivos que os levaram ao sucesso e a importância que pessoas como essas, hábeis em resolver problemas e gerenciar recursos, têm. Tornar-se rico é só uma consequência do trabalho que realizam.

Agora voltemos a nos questionar: “bilionários deveriam existir”? Uma indagação normalmente feita com forte carga moralista e de resposta difícil, pois o senso moral varia de indivíduo para indivíduo. Agora, do ponto de vista ético e dos ganhos sociais obtidos, sua existência não apresenta problema algum, pois, em países economicamente livres e em que se vigora um verdadeiro estado de direito, o enriquecimento de tais pessoas decorre de trocas voluntárias, gera empregos e melhora a qualidade de vida das pessoas.

Como se isso já não fosse o bastante, a redistribuição do seu patrimônio enfrenta um problema prático: a quantia acumulada por eles não está num cofre enorme como o do Tio Patinhas e, sim, aplicado em diversas empresas. Um sistema que simplesmente tomasse a renda de pessoas que enriquecem, ainda que a pretexto de promover justiça social, seria um grande desincentivo a busca pelo lucro e, consequentemente, a geração de riqueza e acúmulo de capital, aquilo que efetivamente pode gerar empregos e acabar com a miséria.

Quem se empenharia em entender as dores dos seus potenciais clientes, investir em pesquisa e desenvolvimento para atender suas demandas, correr o risco de perder seu dinheiro ou trabalhar horas a fio sabendo que, a qualquer momento, o estado poderia se apropriar de algo que lhe pertence? Pode até existir alguém, mas com certeza não é uma pessoa em pleno gozo de suas faculdades mentais.

Nós temos de ter um olhar sensível para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, muitas delas passam por dificuldades que nós se quer somos capazes de imaginar. Porém, a solução para o problema não envolve coerção e violência sobre os que trabalham e produzem, mas sim aperfeiçoar a prestação de serviços públicos, tornar a economia mais livre e nos envolver em ações de caridade, afinal, nada impede que nós, enquanto indivíduos, ponhamos a mão na massa e façamos o que está ao nosso alcance para ajudar, ainda que um pouco, a resolver o problema.

*Bacharel em Direito e ativista política


Foto: Pixabay

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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