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Os imbecis coletivos

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Olavo de Carvalho em 1996 lançou o livro que pode ser considerada a sua principal obra, “O Imbecil Coletivo”, realizando a análise sobre a decadência intelectual e moral no Brasil com os personagens tratados em seu livro sendo “indivíduos inteligentes, razoavelmente cultos, porém, corrompidos pela autointoxicação ideológica e por um corporativismo de partido que, alçando-os a posições muito superiores aos seus méritos, deformavam completamente sua visão do universo e de si mesmos”. O pensamento de eterna busca de aceitação pelo estabilishment intelectual e político tem como consequência final a descaracterização do próprio sentido da vida, fazendo com que o indivíduo se torne vazio em sua existência humana.

A definição do imbecil coletivo pode ser cada vez mais aplicada na oposição histérica realizada por ditos setores posicionados mais à direita na política brasileira ao Governo Federal comandado por Jair Bolsonaro. Na última semana, assistimos episódios dignos de uma ópera-bufa na política brasileira que constrangem não apenas aqueles que os elegeram, mas também a sua própria existência enquanto seres humanos.

Na última quarta, foi apresentado o que foi chamado de “superpedido” de impeachment do Presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, alegando má condução do Governo durante a pandemia causada pelo COVID-19. Neste pedido, tivemos que assistir parlamentares eleitos com o voto conservador e liberal como Joice Hasselmann (PSL-SP), Alexandre Frota (PSDB-SP), Dayanne Pimentel (PSL-BA), Júnior Bozzella (PSL-SP) e principalmente Kim Kataguiri (DEM-SP), uma das principais lideranças do Movimento Brasil Livre cerrando fileiras com instituições declaradamente de esquerda como a UNE, a CUT, Força Sindical e o MST.

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Nesta salada ideológica, ainda estavam partidos como o PT, PDT, PSOL, PSB, PCdoB, PSTU e PCB, parlamentares como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Marcelo Freixo (PSB-RJ), Alessandro Molon (PSB-RJ), Fabiano Contarato (REDE-ES), Tábata Amaral (Sem partido-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Randolfe Rodrigues (REDE-AP), José Guimarães (PT-CE) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e ditas personalidades de esquerda como Guilherme Boulos, Frei Betto, Carina Vitral, Fábio Pannuzzio, Fernando Haddad, José Rainha Júnior, Luciana Genro e Luís Carlos Bresser-Pereira.

A união, que já é constrangedora se tornou pior após o Presidente do Partido da Causa Operária (PCO) Rui Costa Pimenta ir a público dizer que sua assinatura no pedido havia sido fraudada. Ainda no mesmo dia o Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que não apreciaria o pedido de impeachment e ainda ironizou a CPI da Pandemia realizada no Senado, afirmando que “vou esperar a CPI, está fazendo um belíssimo trabalho, bem imparcial”.

Na quinta-feira, o Governador do Rio Grande do Sul e um dos postulantes do PSDB para ser o Presidenciável para 2022, Eduardo Leite assumiu sua homossexualidade no programa “Conversa com Bial”, da TV Globo. Integrantes da chamada esquerda radical como o ex-Deputado Federal Jean Wyllys o recriminaram por tal atitude, com o ex-Parlamentar afirmando que “enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por atos e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta”.

Ainda na mesma semana, assistimos os atos de vandalismo e aglomerações nomeados de manifestações contra o Presidente Jair Bolsonaro sendo realizados, com baixa adesão nas cidades brasileiras. Membros do PSDB e do NOVO decidiram participar dos atos de esquerda, mas foram recebidos de uma maneira não muito calorosa nestes atos; integrantes do PCO agrediram integrantes do PSDB e queimaram bandeiras tucanas na Avenida Paulista, enquanto integrantes do NOVO alegaram nas redes sociais que foram agredidos e tiveram suas costas furadas por objetos pontiagudos.

A oposição é algo essencial para a manutenção do próprio regime democrático que garante o sistema de freios e contrapesos necessários para a manutenção da própria liberdade e basta o cidadão, seja este com mandato ou não definir se ele apoia uma gestão governamental ou não. Mas realização de oposição não pode significar a eterna busca pela aceitação por parte da esquerda radical, cerrando fileiras de maneira açodada e desesperada em busca de afagos da mídia visando a eleição de 2022. A imagem que parlamentares e governantes que se elegeram com o discurso liberal e conservador e de passam ao participar do clube da nomenklatura do Politburo é o de traição não apenas ao voto dado por seu eleitor, mas traição da sua visão de si mesmos e do sentimento que levaram estas pessoas a participar da vida pública.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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