fbpx

Diário da quarentena: pessimismo

Compartilhe

Estava decidida a escrever sobre a Assembleia Jovem da ONU; evento em que representei o Brasil e reúne jovens lideranças do mundo todo para discutir os 17 ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Pessoas com diferentes credos, raças e condições socioeconômicas, conversando sobre o futuro do planeta em Nova York. Entretanto, mudei de ideia ao notar que estou regurgitando o cenário atual de forma constante.

Pensava que seria fácil escrever uma vez por semana durante o isolamento. Pensei errado. Não sabia que a política do nosso país passaria a me dar tanto asco quanto agora. Estou anojada. Não me compreendam mal, pois sempre fui o tipo de pessoa que acreditava na mudança e repetia a frase “Se não formos nós, serão eles”. Bem, já não tenho mais paciência para a polarização que vivemos. Não há espaço para ignorância e preocupações vazias na minha vida. A única coisa que sinto é vergonha e uma falta de esperança para com a nossa nação. É óbvio que ainda acredito que a livre iniciativa e liberdade são a base de tudo. O Brasil ainda pode muito, mas não sei quanto ao brasileiro. Nosso orgulho em sermos malandros está matando nosso povo.

[wp_ad_camp_1]

Defensores do governo vão às ruas pedir a abertura da economia e o retorno normal às atividades para que a economia não pare, mas nas fotos o que vi foi um bando de irresponsáveis sem máscara. Como vocês dizem defender autonomia ao indivíduo se não há responsabilidade pessoal para com o próprio corpo? Com que cara um defensor da liberdade vai defender que o Brasileiro possui maturidade para decidir seu próprio caminho se não conseguem respeitar um espaço mínimo de distância e usar um utensílio de proteção pessoal?

Grande parte deste grupo é oriundo de famílias abastadas e está no seu confortável lar, julgando o que é certo ou errado aos pais e mães de família que já não sabem mais o que fazer para sustentar sua casa.

Quanto aos passadores de pano do desgoverno petista, só querem detonar o governo atual e não se preocupam com o futuro de quem realmente é pobre e precisa trabalhar. Grande parte deste grupo é oriundo de famílias abastadas e está no seu confortável lar, julgando o que é certo ou errado aos pais e mães de família que já não sabem mais o que fazer para sustentar sua casa. Em resumo, não consigo me enquadrar nos dois grupos anteriores, o que parece ter me jogado automaticamente para o grupo odiado por ambos: os isentões.

A quarentena parece ter atingido seu objetivo em minha vida: aflorou ainda mais características que não admiro na personalidade de qualquer pessoa: impaciência, comodismo, displicência e desregramento. Mudanças aconteceram no meu modo de pensar e agir, assim como nas relações pessoais. Não vejo mais sentido em discussões inúteis ou tentativas de fiscalização da vida alheia. Voltarei a sentir prazer em defender algo no futuro? Provável que sim; no momento, defendo que as pessoas façam o que lhes dê prazer, mesmo que essa palavra possa apavorar puritanos e cegar aos libidinosos. Aos que tremem ao ler ONU, saibam que a próxima coluna já está pronta e é sobre a maior experiência da minha vida.

“Civilização é o processo de libertar o homem dos outros homens” Ayn Rand.

Foto: Alan Santos/PR

[wp_ad_camp_1]

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?