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Desarranjo tucano: as prévias do PSDB

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Em 21 de novembro, o PSDB, por meio de eleições prévias, escolherá seu candidato à Presidência para as eleições de 2022. Diferente de outras eleições, a legenda tucana não tem uma unanimidade na escolha de seu presidenciável, com enormes rachaduras em seu corpo político e com postulantes não tendo aceitação em seus estados de origem.

Atualmente, os principais candidatos são os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o de São Paulo, João Dória. Embora separados por alas políticas, contudo, eles conseguem ter algumas semelhanças; diferente de outras eleições até 2014, onde José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves haviam se cacifado politicamente por cargos políticos exercidos como os governos estaduais, ministérios e até mesmo o Senado, Leite e Dória enfrentam em seus respectivos estados quedas em seus índices de popularidade e ferrenha oposição que fazem seus nomes não encantem quase ninguém.

O resultado dos governos Leite e Dória podem ser vistos nas pesquisas de intenção de voto para os governos estaduais em 2022. Em ambos os casos, os escolhidos para a sucessão são os vice-governadores Ranolfo Vieira Júnior e Rodrigo Garcia. Eles não conseguem sequer atingir dois dígitos nas pesquisas.

Em terras gaúchas, o ministro da Previdência, Onyx Lorenzoni, lidera as intenções de voto, enquanto em terras paulistas o criador político de João Dória, o ex-governador Geraldo Alckmin, atualmente negociando sua saída do PSDB para filiar-se ao PSD ou ao União Brasil (DEM+PSL), lidera as prospecções de voto.

Os postulantes das prévias também vêm escolhendo estratégias em suas campanhas. Enquanto Leite tem como articulador político interno o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) na busca de votos na convenção buscando principalmente o apoio dos diretórios estaduais, Dória vem buscando tentar atrair novos parlamentares para o tucanato – o voto de quem exerce mandato tem peso maior nas prévias, o que hoje beneficia Leite.

Foi o caso da ida da deputada federal Joice Hasselmann, que trocou o PSL em processo de fusão e embarcou no PSDB com pesadas críticas públicas de Tomás Covas, filho do falecido prefeito de São Paulo, Bruno Covas (1980-2021), e da filiação de prefeitos do interior de São Paulo antes filiados ao PTB e ao PSB, o que gera contestações da ala de Eduardo Leite.

Por outro lado, os primeiros parlamentares também deixam o PSDB, como no caso do deputado federal paraense Celso Sabino, relator da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados; próximo da ala ligada a Aécio Neves que filiou-se ao PSL antes do processo de fusão com o DEM iniciar-se.

Em um clima de “abraço dos afogados”, o PSDB escolherá seu candidato para 2022. Contestados até mesmo em suas bases – a ex-governadora gaúcha Yeda Crusius declarou voto em Dória e lideranças paulistas como Paulo Serra, Xexéu Tripoli, Antônio Carlos Pannuzzio e até mesmo Geraldo Alckmin declararam apoio a Leite -, Eduardo Leite e João Dória mesmo vencendo as prévias terão que encarar um partido dividido, rejeição em seus nomes que são utilizadas por seus adversários políticos e um ambiente nada convidativo para afirmar-se como uma alternativa diferente ao Palácio do Planalto.


Fotos: João Doria (Valter Campanato/Agência Brasil) e Eduardo Leite (José Cruz/Agência Brasil)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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