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Bolsonaro faz do Exército o escudo de seu governo

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O Exército brasileiro divulgou nos últimos dias que não punirá o general da ativa e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por participar de um evento no Rio de Janeiro ao lado do Presidente da República. O Exército resolveu acatar a justificativa do general de que o evento se tratava de um apoio à figura presidencial e o fato de Jair Bolsonaro não estar filiado à qualquer sigla partidária retiraria o teor político-partidário da manifestação.

O que se sabe é que o Regulamento Disciplinar do Exército proíbe a participação de membros da força nesse tipo de ação política. No entanto, a punição não veio e uma série de críticas, inclusive de dentro do governo, começaram a aparecer e levantar questões importantes.

O vice-presidente e general da reserva Hamilton Mourão deu declarações de que o castigo deveria ser severo para evitar quebra de hierarquia nas Forças Armadas de maneira geral e que a não punição poderia gerar anarquia. Já o ex-ministro da Defesa Raul Jungmman se posicionou no sentido de compreender a gravidade da absolvição de Pazuello, porém não acredita numa quebra de hierarquia das Forças Armadas.

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A verdade é que, em toda democracia séria, o Congresso regula a participação de membros da ativa do alto escalão das Forças Armadas na política. As casas legislativas brasileiras nunca abordaram esse tema e hoje temos um problema claro na mão e que demanda regulação. A classe política brasileira nunca se interessou verdadeiramente sobre o tema da Defesa Nacional e hoje colhe frutos da sua inação. Exemplos de países democráticos que restringem a participação de militares da ativa no governo não faltam e este é outro tema em que nossas discussões políticas estão décadas atrasadas.

Bolsonaro coloca mais uma vez o Exército em situação delicada e mancha mais uma vez a imagem da instituição. Imagem essa que pode estar sendo arranhada depois de anos de uma tentativa de seus generais de limparem a sua última má impressão da memória dos brasileiros.

Além de não punir o ex-ministro, o Exército ainda colocou sigilo sobre a documentação do processo, diminuindo consideravelmente a transparência institucional sobre o tema e sofrendo mais críticas por isso. Jair usa a instituição como escudo humano, para receber os tiros disparados contra sua péssima gestão da pandemia e da economia do país. O Exército vive uma crise atrás da outra e se coloca em situação irreversível nesse governo. As Forças Armadas sobreviverão a Bolsonaro, mas haverá cicatrizes.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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