*Por Jefferson Viana
Na última sexta-feira, o estado do Rio de Janeiro acompanhou dois grandes acontecimentos, a privatização da CEDAE mesmo com sindicatos e parte da Assembleia Legislativa atuando contra o processo e a cassação do mandato e dos direitos políticos de Wilson Witzel, Governador eleito em 2018 aproveitando-se da chamada “Onda Bolsonaro”.
Witzel elegeu-se com o discurso de limpeza e moralização da gestão pública no estado do Rio de Janeiro, discurso intensificado após a deflagração de denúncias e prisões de políticos e aliados das gestões Anthony Garotinho, Rosinha Matheus, Sérgio Cabral e Luiz Antônio Pezão. A expectativa era alta em cima do Governador eleito, todavia desde o início de sua administração o caminho tomado foi assustando aqueles que depositaram esperanças no ex-juiz federal.
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Partidos de esquerda passaram a ter espaço no Governo, velhos caciques políticos como Anthony Garotinho ganharam sua fatia de espaço, aumentou-se os gastos públicos com aumento no número de secretarias e o desejo incessante de se lançar presidencial em 2022 transformando o Governo Federal em inimigo foram a tônica da administração Wilson Witzel.
Após as denúncias de desvios de recursos públicos durante a pandemia, Witzel foi afastado pelo STJ e pela ALERJ, sendo consumado o impedimento de seu mandato por meio do Tribunal Misto, cassando os direitos políticos por cinco anos. A gestão Wilson Witzel quase levou o estado ao caos administrativo e fiscal, atuando claramente para que o acordo do Regime de Recuperação Fiscal fosse rescindido e levasse o estado a não honrar seus compromissos com servidores e fornecedores.
A gestão Cláudio Castro começa com um enorme desafio, o de colocar o estado do Rio de Janeiro na rota do desenvolvimento e transformar a unidade federativa em um pólo de atração de negócios e investimentos para que se dependa cada vez menos dos royalties provenientes da extração de petróleo e gás natural.
O primeiro grande passo foi dado, com a privatização da CEDAE, atraindo recursos na ordem de R$ 22,7 bilhões, permitindo assim que o estado possa focar nos serviços básicos como educação, saúde e segurança pública e deixe de atuar em atividades que não são o seu fim apenas para agradar sindicalistas e políticos que correm atrás de obras eleitoreiras e cargos comissionados.
O estado do Rio de Janeiro recebeu uma segunda chance para se reconstruir e não pode a perder. Quem já foi um dia capital do país não pode ficar de joelhos assistindo a perda de oportunidades e ficar refém de um establishment burocrático que manterá o estado em um “caminho do desespero”.
*Jefferson Viana é assessor parlamentar na Câmara dos Deputados.
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