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Chega de briga! Chamem a política.

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Quem deveria amenizar os efeitos da crise e organizar a saída briga por tudo e por qualquer coisa, só para impor a vontade e a opinião pessoal. Dane-se o outro. Dane-se a lógica.

Ouve-se um vozerio infernal vindo de todos os lados. Barulho de vozes e panelas. Os três poderes falam ao mesmo tempo coisas diferentes, juntam-se à imprensa e engalfinham-se numa luta sem trégua. Todos querem ter razão.

A política pede passagem para o diálogo e compreensão.

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Há vários significados para a política. Eu fico com o que a define como a solução pacífica para os conflitos humanos. Eles não são poucos e estão em todas as relações humanas, inclusive, no amor. A política torna possível a convivência dos contrários, pela fórmula entregue pela monja Cohen, fundadora da Comunidade Zen-Budista do Brasil, no livro A Monja e o Professor: “Os opostos convivem, desde que cada um reconheça a diferença como um dado a descobrir mais do que enfrentar”. O Professor da obra é o pop star Clóvis de Barros Filho.

Onde estiverem a violência e a incapacidade de entender o outro, não estará a política. Nas guerras, ela só se manifesta no tempo dos acordos de paz, porque a política não mata. Ela revigora.

E lembremos que a incapacidade para dialogar, para respeitar a liberdade do outro de pensar diferente levou o Brasil várias vezes à ditadura.

Então, não faz o menor sentido dizer-se que há política na confusão que está armada no Brasil. Não há! E lembremos que a incapacidade para dialogar, para respeitar a liberdade do outro de pensar diferente levou o Brasil várias vezes à ditadura. E todas as vezes, a política entrou em campo para devolver a liberdade.

A política fez o recuo necessário no movimento pela eleição direta para presidente da república e, desse modo, abriu espaços para que a sociedade avançasse até a eleição de Tancredo Neves, ainda no Colégio Eleitoral. A política construiu o consenso na Assembleia Nacional Constituinte. O povo que foi às ruas pela eleição direta, esteve, algo depois, nas galerias e corredores do Congresso Nacional para com os Constituintes, elaborar a nova Constituição. Eu fui um dos espectadores privilegiados de todo o movimento no Congresso: da frustração da proposta de “Diretas Já” à promulgação da Nova Carta.

E a resistente e invencível inflação? Tentou-se um sem número de vezes acabar com ela pelo tranco, sem a política, sem a participação de todos e vezes mil, os que tentaram quebraram a cara. Ela só foi vencida, quando a política entrou em campo e se negociou a solução com o povo e se fez isso com transparência. Eis a política!

Negociando-se, e não na truculência que se vê hoje, o Brasil encontrou novos caminhos e atalhos.

Hoje, os agentes públicos, que se auto intitulam políticos, querem vencer a crise pela truculência, pela disputa entre opiniões, sem a política. É impossível.

O Estado faz remendos, mas, se sabe que nenhum deles evitar a desolação, até porque os limites do Estado estão fincados na capacidade que o mercado tem para contribuir com os impostos.

Voltando às ruas a gente já vê o enorme estrago que fez o isolamento inevitável nas empresas, nos empregos, nos sonhos estimulados pela poupança de anos. O Estado faz remendos, mas, se sabe que nenhum deles evitar a desolação, até porque os limites do Estado estão fincados na capacidade que o mercado tem para contribuir com os impostos. Eu chego a imaginar que a recuperação será impossível, mas socorro-me numa frase que retirei de um dos volumes dos Diários da Presidência de FHC:

“O impossível é sempre mais sedutor que o possível”. A saída impossível será pelo caminho que os agentes públicos escolheram até aqui. Mas, o que há de sedutor nesse “impossível” é a possibilidade de eles – cada um deles – estejam no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário, compreenderem que já basta de confusão e que é hora de chamar a Musa que todos eles sempre disseram venerar: a política.

É hora de união nacional, porque o adversário dessa vez é, de fato, um inimigo poderosíssimo. Foi-nos mandado pela Mãe Natureza, depois de todos os atrevimentos que ela recebeu e tem recebido dos humanos. Dessa vez não há escolhidos.

A população está insegura e quanto retornar às ruas, mais insegura ficará, porque, afinal de contas, o “próximo”, aquele a quem Cristo manda-nos amar como a nós mesmos, poderá ser o emissário da doença e da morte. Como conviveremos com todo o problema que já suportamos e teremos que suportar se, de quem se espera o apoio, a ajuda, só conseguimos ouvir acusações, impropérios, desavenças?

A melhor estratégia para o Brasil vencer o inimigo e sair com vida é o entendimento e nisso a política é mestre. Podem tentar. Podem usar, que vocês verão que funciona.

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

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Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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