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“Pronomes Neutros” e a Hipocrisia Esquerdista

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Por Maria Fernanda Lavieri*

A língua portuguesa é uma das línguas românicas mais faladas no mundo e sua evolução ao longo dos séculos reflete as mudanças sociais, políticas e culturais ocorridas na Europa e no mundo. Com a crescente discussão sobre a inclusão de pessoas não-binárias e de gênero fluido, o debate em torno do uso de pronomes neutros tem sido cada vez mais frequente em diversos países, inclusive no Brasil.

O latim, língua ancestral do português, possuía três gêneros gramaticais: masculino, feminino e neutro. As palavras eram classificadas de acordo com seu gênero, e essa classificação influenciava a concordância dos artigos, adjetivos e pronomes que as acompanhavam.

No entanto, com o tempo, o português evoluiu de forma a simplificar seu sistema de gênero. No início da língua portuguesa, ainda havia três gêneros, mas o neutro foi sendo gradativamente eliminado, com muitas palavras passando a ser classificadas como masculinas ou femininas.

Todas essas mudanças derivam de um processo natural, baseado no pressuposto da utilização antes da adequação gramatical. Ou seja, antes da língua se padronizar nessas normas, os indivíduos já estavam se comunicando dessa forma, seja por prática, costume, cultura, etc. Nenhuma dessas regras foi imposta por grupos específicos, nem baseadas em pautas ideológicas.

Quando a pauta sobre a disseminação do pronome neutro surgiu, era bastante comum ouvirmos que essa nova forma de comunicação servia objetivamente para “incluir” grupos que se sentem excluídos. No entanto, além de ser uma pauta autoritária, que considera que para você ser uma pessoa “boa” é preciso se referir aos outros como “elu/delu”, também é irracional, pois impõe uma regra gramatical desnecessária. Utiliza-se da pura emoção para criar e forçar regras que fogem do contexto de vida do cidadão brasileiro mais comum.

No Brasil, menos de 1,2% da população se identifica como “não binário”. Esse número é absolutamente ínfimo, e, com tantas preocupações para lidarmos, como as 33,1 milhões de pessoas que passam fome, as 400 mil que moram na rua e até as 10 milhões de pessoas surdas e mudas que realmente precisam de assistência, empatia e inclusão, a pauta do gênero neutro não deveria ser, de forma alguma, uma prioridade para as mentes esquerdistas que desejam revolucionar a forma de pensamento, esperando que suas ideias sejam obedecidas pelos heróis da moralidade, sem contestações.

*Maria Fernanda Lavieri é membro da UJL – União Juventude e Liberdade

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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