*Sergio Brasil Tufik
Em 2020, fomos chacoalhados pela pandemia do coronavírus, que, em pleno século XXI, fez o mundo parar e cada indivíduo ficar recluso em sua casa. Essa realidade expôs as várias fragilidades da humanidade e acentuou as suas diferenças. Neste sentido, sistemas e governos foram colocados à prova e suas ineficiências e debilidades tornaram-se evidentes.
Nosso país certamente se destacou negativamente perante o vírus. O Estado foi lento para responder, não houve coordenação entre as esferas federal, estadual e municipal, e os discursos completamente desalinhados de nossos “líderes” colaboraram para uma situação deplorável. O Brasil depositou grande parte de sua esperança nas mãos de burocratas que, desorientados, não conseguiram orientar a população, nem elaborar uma solução para os problemas. Pior do que isso, nossa nação não facilitou em nada a vida de pessoas que se dispuseram a ajudar e a fazer a diferença positiva diante deste mar de tragédias, especialmente profissional de saúde e empreendedores.
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Embora a realidade brasileira não seja um romance escrito por Ayn Rand, bem que poderia. Pessoas com estabilidade no poder público, criaram normas burocráticas infindáveis que reduziram o bem-estar social e fortaleceram a disseminação do vírus. Por exemplo, restringiram os horários de circulação dos meios de transporte público e de funcionamento dos shopping centers, aglomerando um grande número de pessoas; aumentaram os impostos como IPTU e ICMS, para falir os negócios que mal puderam abrir durante o ano; optaram pela compra de medicações ineficazes contra Covid-19, ao invés de vacinas; e claro, aumentaram seus próprios salários, distribuíram latas de leite condensado e encheram a mesa de lagostas e vinhos premiados internacionalmente, porque ninguém é de ferro. E onde estavam os empreendedores? Onde estavam os John Galt?
Bem, muitos empreendedores estavam se esforçando e investindo capital e tempo para desenvolver vacinas, tendo que implorar por aprovações ao redor do mundo, da mesma forma que John Galt criou um gerador de energia com capacidade e potência inigualáveis em A revolta de Atlas. Outros estavam desenvolvendo planos audaciosos, como levar seres humanos para o espaço em espaçonaves reutilizáveis, assim como Dagny Taggart e Henry Rearden colocavam um sofisticado trem para andar sobre trilhos feitos de um metal revolucionário no romance de Ayn Rand.
Em comum, todos os citados têm pensamentos liberais, colocando o cidadão e sua liberdade acima de tudo. E é exatamente isso que defende o IFL-SP: somos uma associação sediada na cidade de São Paulo, cujo objetivo é formar cidadãos empreendedores capazes de transformar o mundo em um lugar mais próspero através da valorização da liberdade individual. Somos um conjunto de pessoas motivadas a transformar a sociedade e melhorar a qualidade de vida da população, semelhante ao reduto de empreendedores que John Galt criou. Também em 2020, o IFL-SP lançou a campanha “Quem é John Galt?” para despertar o interesse da sociedade sobre a reflexão de que o indivíduo e sua capacidade empreendedora precisam ser valorizados, exatamente quando a conjuntura nacional e internacional deixava incrivelmente explícito este fato. Além disso, essa campanha foi vinculada ao 7º Fórum Liberdade & Democracia, organizado pelo próprio Instituto e que teve como tema central o “pioneirismo”, mais uma vez exemplificando a capacidade transformadora de cada um de nós.
Desta forma, em sincronia indubitável com o romance, a nossa realidade vem nos mostrando que depender e apostar todas as fichas na mão de pessoas que muito regulamentam, mas pouco geram valor para a sociedade, não é uma postura recomendável. Para sairmos da situação complicada em que nos encontramos, precisamos valorizar o indivíduo. O brasileiro é nitidamente criativo e empreendedor, então é fundamental que o Estado dê asas para esse potencial, tratando bem quem se arrisca para fazer algo diferente, e não que o reprima e corte suas asas. Caso contrário, teremos cada vez menos empreendedores e, consequentemente, menos chances de evoluirmos como nação. Precisamos aproveitar e emponderar os John Galts enquanto eles ainda estão por aqui. O IFL-SP é um berço para esses líderes que buscam a esperança de uma sociedade mais livre, justa e desenvolvida.
*Sergio Brasil Tufik é associado do IFL-SP, médico neurorradiologista pela USP e pós-graduado em administração pela FGV. Membro do conselho administrativo da Alliar e co-fundador do Vöiston.
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.
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