O Comandante do Exército Brasileiro, General Villas Boas, fez dois comentários no Twitter na início da noite desta terça-feira (3) que geraram polêmica. Os tweets foram pouco antes das grandes manifestações Brasil afora para pedir pela imediata prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Em um primeiro Tweet, que havia sido compartilhado 12 mil vezes até a publicação desta matéria, Villas Boas questiona seus seguidores: “Resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”. [1]
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Em seguida, ele diz assegurar à nação “que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia”. Ao fim, sem especificar, afirma que a força “se mantém atenta às suas missões institucionais”. [2]
Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?
— General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 3 de abril de 2018
Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.
— General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 3 de abril de 2018
Outros generais no Twitter – todos com contas verificadas na rede social – apoiaram a manifestação de Villas Boas. “Estamos juntos meu Comandante! Na mesma trincheira, firmes e fortes!”, escreveu o General Miotto. Já o General Freitas, Comandante Militar do Oeste, afirmou que Villas Boas “expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas”. [3] [4]
Estamos juntos meu COMANDANTE!!!na mesma trincheira firmes e fortes!!!! Brasil acima de tudo !!! Aço !!!
— General Miotto (@geraldomiotto) 4 de abril de 2018
Mais uma vez o Comandante do Exército expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas. Estamos juntos, Comandante @Gen_VillasBoas ! https://t.co/i6AcXAzT8E
— General Freitas (@Gen_Ex_Freitas) 3 de abril de 2018
Polêmica
A manifestação do General Villas Boas no Twitter gerou polêmica. O jornalista Ricardo Noblat, da revista Veja, considerou que trata-se de uma “clara, descabida e perigosa interferência na vida institucional do país”.
“A fala do general Villas Boas não foi a de um chefe que se dirige aos seus subordinados. Foi um pronunciamento à Nação em nome do ‘Exército Brasileiro’ e a propósito da situação que vive o país”, escreveu em artigo publicado na madrugada desta quarta-feira em seu blog no site da publicação. [5]
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Quem também se manifestou crítico à declaração do Comandante do Exército Brasileiro foi o ex-procurador geral da república, Rodrigo Janot. Em sua conta no Twitter, afirmou que o fato “não é bom” e “se for o que parece, outro 1964 será inaceitável”, em referência à derrubada do presidente João Goulart que deu início ao regime militar. Janot, no entanto, disse que não acredita nessa hipótese. [6]
Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente. https://t.co/IPqcgOLwAb
— Rodrigo Janot (@Rodrigo_Janot) 4 de abril de 2018
Já a ativista Beatriz Kicis, uma das principais formadoras de opinião da direita brasileira nas redes sociais, manifestou-se com otimismo às declarações. Em sua conta no Twitter, ela elogiou uma resposta do general da reserva Paulo Chagas à Villas Boas onde afirmou que “tem a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguarda as ordens” de Villas Boas.
“Que resposta espetacular!”, comentou Kicis, complementando que “não tem espada, mas que tem sangue nos olhos”. Na manhã desta terça-feira (3), ela já havia dito que, caso o Supremo conceda o habeas corpus à Lula, apenas as Forças Armadas representariam uma saída. [6]
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