O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados (filhos, ministros, secretários e parlamentares da base aliada) já bloquearam 291 jornalistas e veículos de imprensa no Twitter. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e divulgado na última terça-feira (11). [1]
Ao todo, Jair Bolsonaro, pessoalmente, bloqueou 82 jornalistas e 7 veículos de comunicação de seu perfil. Entre eles, os sites “O Antagonista”, “Brasil de Fato”, “Congresso em Foco” e “The Intercept Brasil”. Este último foi o veículo que divulgou a série de reportagens conhecidas como “Vaza Jato”, que revelou supostas conversas comprometedoras entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.
Dos líderes em bloqueio de veículos de imprensa, aparecem logo depois o vereador Carlos Bolsonaro, que bloqueou as contas do “Congresso em Foco” e “UOL Confere”; o secretário especial de cultura, Mário Frias, que bloqueou “Editoria Ilustrada da Folha de S. Paulo” e “Nos Trends Brasil”; e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que bloqueou “Nos Trends Brasil” e este Boletim da Liberdade.
A Abraji destacou em seu levantamento que os bloqueios ocorrem em um “vácuo normativo”. Segundo a organização, “mais de 98% dos tweets de Jair Bolsonaro são de interesse da sociedade”, o que pode gerar controvérsias sobre a legitimidade dos bloqueios.
No levantamento, parlamentares e lideranças de esquerda também aparecem listadas como autoras de bloqueios. Caso dos perfis de Paulo Pimenta, Gleisi Hoffmann e Maria do Rosário.
Nos Estados Unidos, em 2019, o então presidente Donad Trump foi proibido por uma corte de apelação de bloquear cidadãos.