Ex-coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol anunciou nesta quinta-feira (4) sua saída do Ministério Público Federal. [1]
Em vídeo divulgado nas redes sociais para comunicar a decisão, ele enalteceu o trabalho e as conquistas da Lava Jato, que teria trazido “esperança que podemos construir sim um país mais justo e melhor”, e lamentou o que chamou de “retrocessos” anos últimos anos.
“Nós temos notícias cada vez piores sobre processos anulados, leis desfiguradas e corruptos alcançando a impunidade. A sensação é que o que nós fizemos está sendo desfeito e a impunidade é uma carta branca para quem nos rouba continue roubando. Isso precisa parar”, pregou.
Na sequência, Dallagnol afirmou que o “momento difícil exige que façamos tudo que esteja ao nosso alcance pelos meios democráticos para desfazer os retrocessos do combate à corrupção e restaurar a justiça, manter a esperança viva e lutar pela transformação que nós queremos”.
Ao fim, avaliou que crê que “poderá fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade nas pautas que nós acreditamos”, reforçando a importância do voto consciente.
Política
Embora não tenha dito claramente que pretende entrar para a política, a possibilidade, sugerida no vídeo, foi reforçada pela jornalista Eliane Catanhêde no jornal “O Estado de S. Paulo”.
Segundo ela, a “vontade” do procurador seguir o meio eleitoral não seria nova, mas o “esvaziamento” da Lava Jato teria sido, tanto para ele quanto para Sérgio Moro, que se filia ao Podemos na próxima semana, uma bandeira a ser lutada: o resgate dos “méritos e êxitos” da operação. [2]
Assista, abaixo, ao vídeo publicado por Deltan Dallagnol na íntegra: