Um conjunto de personalidades e de grupos liberais reagiu na noite desta quarta-feira (7) a uma nota publicada, mais cedo, pelo Ministério da Defesa, com assinatura dos comandantes das Forças Armadas e do ministro Braga Netto. [1A]
No texto, os militares criticam o que seria uma declaração do senador Omar Aziz (PSD/AM), presidente da CPI da Pandemia, que havia afirmado que “há muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvido com falcatrua dentro do governo”.
“Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”, destacaram os militares.
Por fim, o texto termina de forma polêmica, dizendo que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. [1B]
Nas redes sociais, o senador Omar Aziz disse, em resposta, que “estão tentando distorcer minha fala e me intimidar” e que não atacou os militares brasileiros. Grupos liberais, por outro lado, se queixaram sobre a frase final. [2]
“O que exatamente os comandantes das Forças Armadas querem dizer com uma nota de que ‘não aceitarão qualquer ataque leviano’, mencionando o presidente da CPI da pandemia? Numa democracia liberal, Forças Armadas não fazem política: prestam contas ao poder civil”, manifestou-se a associação Livres, de viés liberal, nas redes. [3]
Líder do MBL, Renan Santos, avaliou que a nota “é golpista”. “O último parágrafo carrega ameaça e repete algo dito por Bolsonaro anteriormente: que as Forças Armadas garantem a democracia e a liberdade no país”. [4]
O movimento, por sua vez, classificou que o Exército “deveria repudiar o comportamento dos seus integrantes e ex-integrantes, e não o de quem constata os repetidos escândalos envolvendo militares”. [5]
Um dos parlamentares do NOVO mais críticos a Jair Bolsonaro, o deputado estadual paulista Heni Ozi Cukier (NOVO/SP) escreveu nas redes que as Forças Armadas, “ao se colocarem como únicas fiadoras da democracia”, faz com que “a ameaça velada fique clara”. [6]
Diretor de comunicação do Livres, o jornalista Mano Ferreira pontuou que a nota “é mais um sitoma dos graves estragos institucionais causados pelo bolsonarismo”. “Lugar de militar é no quartel”, defendeu.