Enquanto enfrenta a pandemia e suas consequências, o Brasil já vive as agitações políticas para as eleições de 2022. Nesta sexta-feira (21), o registro de um encontro amigável entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso provocou reações entre diversas lideranças e influenciadores. [1]
Conforme indicam recentes pesquisas eleitorais, o próprio Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro lideram as intenções de voto no país. No entanto, há articulações para tentar construir uma terceira alternativa. O aceno de uma das referências do PSDB ao líder petista é visto com incômodo pelos mobilizadores dessas articulações.
O próprio ex-presidente FHC se manifestou em seu Twitter tratando de minimizar o gesto: “Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula”. [2]
Em entrevista, o líder tucano complementou: “Foi um gesto de civilidade. Minha mensagem é: podemos vir a ser adversários, mas não precisamos ser inimigos nem jogar pedras um no outro”, disse. O encontro entre os dois, na verdade, se deu no último dia 12 em São Paulo, mas a fotografia só foi divulgada nesta sexta. [3]
Reações
Dentro do próprio PSDB, o gesto de FHC não foi bem recebido. O presidente nacional da sigla, Bruno Araújo (PSDB-PE), declarou que o gesto “não faz bem a um potencial candidato do PSDB” e que o partido “segue firme na construção de uma candidatura distante dos extremos que se estabeleceram na democracia brasileira.” [4]
Ex-presidenciável pelo Partido Novo, João Amoêdo também publicou uma condenação ao gesto, lembrando que Lula participou de escândalos de corrupção e apoiou ditaduras: “ele está longe de ser um democrata. Não podemos cair nessa armadilha também”. [5]
Já a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) ponderou que a foto favorece o presidente Jair Bolsonaro em suas pretensões de reeleição: “A foto de FHC de chamego com Lula, em almoço oferecido por Jobim, funciona como propaganda para Bolsonaro em 22”. [6]
O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) comentou que o encontro entre FHC e Lula é “natural”, mas que o Brasil não pode “andar para trás”. O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que o encontro espelha “o que a sociedade espera”. [7] [8]