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Contra OMS, página de João Amoêdo volta a falar de vacinação obrigatória

Recomendação da OMS de dezembro é que o foco seja em amplas campanhas de conscientização, pois impor obrigatoriedade traria o risco de ampliar rejeição e reduzir a adesão às vacinas
(Foto: Marcos Corrêa / Wikimedia)

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Fundador do Partido Novo e, ao menos em termos de seguidores, uma das principais referências do que poderia ser o liberalismo político no Brasil, João Amoêdo voltou a falar de vacinação obrigatória nesta sexta-feira (22).

Após criticar nas redes sociais a possibilidade de um “estado de defesa” impor “graves restrições às liberdades individuais”, Amoêdo foi questionado por um seguidor sobre o porque de o político não considerar as liberdades individuais quando defende a vacinação obrigatória. [1]

Na sequência, a página (que identificou-se como “Equipe JA”) afirmou que “vacinas precisam ser obrigatórias para interromper a circulação do vírus, diminuindo a probabilidade de mutações e protegendo aqueles que por motivos de saúde não podem ser vacinados”. [2]

Foto: Reprodução/Facebook

Posição da OMS

A declaração de Amoêdo, contudo, não encontra embasamento científico e vai contra as diretrizes da Organização Mundial da Saúde. O que torna as vacinações efetivas não são o fato de serem obrigatórias, mas sim o seu alto nível de adesão, suficiente para ser alcançada a chamada “imunidade de rabanho”.

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Como ressaltado pela OMS e repercutido pelo Boletim da Liberdade e tantos outros veículos de imprensa no país, como UOL e IG no início de dezembro, há o entendimento que a obrigatoriedade poderia resultar em rejeição, prejudicando a adesão. A recomendação dos especialistas da entidade está em campanhas de convencimento. [3][4]

Posteriormente, a organização internacional afirmou, como repercutido pela BBC,  que o cenário de vacinação obrigatória deve ser considerado apenas quando as taxas de contágio permanecerem “inaceitavelmente altas” e quando a adesão voluntária é “inadequada”. [5]

“Obrigatoriedade não é o rumo a seguir”, disse a OMS em nota, segundo a publicação de dezembro, que informou ainda que “membros da cúpula do órgão afirmaram que ‘nao visualizam países adotando obrigações de vacinação'”.

Críticas de parte dos liberais

Helio Coutinho Beltrão é presidente do Instituto Mises Brasil e um dos principais nomes do movimento liberal brasileiro (Foto: Reprodução/YouTube)

Quando surgiu, o tema da vacinação obrigatória não gerou consenso entre os liberais. Contudo, figuras importantes do liberalismo brasileiro se manifestaram de forma contrária.

Presidente do Instituto Mises Brasil, Helio Beltrão afirmou, em dezembro, nas redes sociais, que a “vacina de Covid-19 obrigatória é apenas mais um passo no caminho para o autoritarismo”. [6]

Em artigo para o jornal Folha de S. Paulo, Beltrão também criticou a obrigatoriedade da vacina permitida pelo Supremo Tribunal Federal. “Nenhum país desenvolvido adotou essa prática: preferiram realizar campanhas de comunicação e tratar a vacina como direito da população”.

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Sobre o argumento de que o não vacinado poderia transmitir o vírus para quem um terceiro, Beltrão ponderou que a “sociedade decente não pune cidadão algum por ‘risco’ ou ‘chance’ de que causará dano futuro”.

“A obrigatoriedade pode gerar mais resistência à vacina do que se for tratada como um direito. Haverá aumento da polêmica e politização de um tema de saúde pública. Os indecisos tenderão a se opor à imposição”, escreveu. O artigo na íntegra está disponível aqui.

Colunista do Instituto Liberal, um dos fundadores do Instituto de Estudos Empresariais e uma das principais referências na defesa do liberalismo brasileiro, Roberto Rachewsky também manifestou-se sobre o assunto em artigo.

“O governo não deve obrigar a vacinação. O papel do governo é defender quem se recusa a ser vacinado. […] Alguém não querer tomar vacina é querer usufruir da liberdade a qual ela tem direito. Alguém querer impor uma vacina é querer iniciar o uso de algo que não tem direito algum, a iniciação do uso da coerção”, escreveu. [7]

Adesão dos brasileiros

Segundo a pesquisa XP/IPESP divulgada no início da semana, 69% dos brasileiros afirmaram que “com certeza” iriam se vacinar; enquanto que 18% estariam indecisos (“podem ou não se vacinar”), 11% não pretendem se vacinar e 2% não souberam responder.

Dessa forma, somando os brasileiros que pretendem se vacinar com os indecisos (que poderiam ser convencidos por meio de campanhas de comunicação), tem-se um total de 87% de adesão às vacinas. Modelos matemáticos com base na Covid-19, de acordo com números divulgados em agosto pela revista Veja, apontam que a imunidade de rebanho da doença seria quando entre 60 e 70% da população estivesse imunizada. [8]

Foto: Reprodução/Pesquisa XP-IPESPE

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