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‘A polarização não apresenta risco algum’, sustenta Luís Ernesto Lacombe

Fórum da Liberdade Talks contou com a participação, além de Lacombe, de Gustavo Maultasch e Ana Paula Henkel: convidados foram céticos sobre regulação de fake news
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O Instituto de Estudos Empresariais (IEE), uma das mais tradicionais organizações promotoras da liberdade no país, organizou no início da tarde desta segunda-feira (3) uma mesa-redonda virtual com a participação do jornalista Luís Ernesto Lacombe, da ativista Ana Paula Henkel e do diplomata Gustavo Maultasch.

Provocados com a pergunta-tema se “desaprendemos a conversar”, os convidados expuseram suas ideias sobre a liberdade de expressão e a polarização política no país.

Ex-TV Globo, GloboNews e Bandeirantes, Lacombe pontuou em sua fala que “não vê problema nenhum na polarização” e opinou que a cultura do cancelamento, pauta em debate recente, advém da “falta de argumentos”.

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“Eu acho que a polarização não apresenta risco algum. A gente sempre teve o bom e o ruim, o certo e o errado. Imaginar o mundo sem contrários, sem dicotomias, é uma grande bobagem. Tivemos no Brasil outros momentos de grande polarização, mas a questão é que desde o início da década de 1990 até agora, há pouco tempo, sumiu do mapa a polarização”, disse.

Na avaliação do jornalista, que após deixar a Globo passou a ser reconhecido pelo público pelo viés à direita, “liberais e conservadores não tinham voz” e isso ocorreu “muito por conta da imagem que os progressistas criaram para si, de detentores da bondade, do amor, da tolerância”.

“Acho ótimo que os brasileiros estejam muito mais envolvidos do que nunca em política, se interessando por política, isso é muito promissor. Não tem como ser de outra maneira. Os liberais e conservadores não são os bandidos do mundo, muito pelo contrário: são os progressistas que defendem as revoluções e rupturas. E nas revoluções é onde se busca calar quem pensa diferente. São principalmente pessoas dessa linha progressista que não querem conversa, porque faltam a elas argumentos verdadeiros. Eu sou totalmente favorável ao debate de ideias, mas temos um grupo que não tem argumentação, não olha os fatos, o mundo real, e infelizmente cancela. O problema não é a polarização, mas o ódio, o xingamento, que surge dessa falta de argumentos”, refletiu.

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O diplomata Gustavo Maultasch também frisou em sua fala que, na verdade, a discussão sobre a proliferação de notícias falsas parece ter viés ideológico e mostrou-se cético sobre projetos de regulação de fake news.

“Todo e qualquer poder de regulação de fake news será abusado pelo governo. Isso daí, para mim, é uma realidade evidente. Eu vejo com muito ceticismo. É a ideia de que a gente precisa criar um factóide, um fato novo, ‘são as fake news’, para poder propor uma solução nova. A grande questão é que se a direita não tivesse avançado no mundo nos últimos anos como avançou, a gente não estaria discutindo isso. Isso nem seria um tema. Estaria tudo certo. Mesmo os que os progressistas que não são revolucionários, mais democráticos, eles carregam uma perspectiva finalística da democracia: de direção correta da história. Eles acham que a história tem um rumo certo e quando a democracia não caminha naquela direção, ou quando o povo elege alguém que não era alguém que eles imaginam, então eles acham que há um problema com a democracia. Aí você vê essa enxurrada de fake news, ‘o fim da democracia’, por aí vai”, destacou.

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Para Maultasch, a visão liberal da democracia envolve compreendê-la como uma disputa de ideias.

“É uma forma de trocar uma transição violenta de poder por uma transição pacífica de poder. E, nessa transição pacífica de poder, a gente usa palavras em vez de armas. Por isso que a gente fica mais confortável com a polarização – a gente entende que essa disputa retórica é o centro da democracia. Que, às vezes, um lado vai ganhar e, outras vezes, outro lado vai ganhar”, frisou.

A ativista e ex-esportista Ana Paula Henkel pontuou, por sua vez, em uma de suas falas que “os americanos são muito céticos sobre o que é discurso de ódio”.

“O discurso de ódio para um pode não ser para outro. Quem é que mede isso? Quem é que julga o que são fake news? É exatamente essa preocupação que a gente vê aqui nos Estados Unidos e que eu gostaria muito que os brasileiros entendessem. Toda vez que a gente busca definir o que é discurso de ódio, fake news, o funil vai sempre cair numa coisa chamada liberdade – o que, para o cotidiano americano, é muito sagrado”, disse.

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Residente dos Estados Unidos, Henkel pontuou ainda que, durante a pandemia, ficou evidente essa questão. “Mesmo num estado progressista como a Califórnia, quando o governador começou a assinar medidas executivas inconstitucionais que impediam a circulação, impunham o fechamento de comércios e praias, além de prisões de pessoas, houve até um xerife que se negou a cumprir essas ordens. Ele alegou que não tinha logística para executá-la e, segundo, porque compreendeu que a ordem era inconstitucional e não tinha como executá-la e depois orientar o filho, em casa, a respeitar a Constituição”, exemplificou.

O Fórum da Liberdade Talks é uma iniciativa do IEE para “debater insights, macrotendências e perspectivas”, como preparação para a 34ª edição do Fórum da Liberdade, que ocorrerá em 2021. Ainda não se sabe se a edição ocorrerá de forma presencial ou remota, como ocorreu em 2020. O debate foi mediado pela engenheira Paola Coser Magnani, associada ao IEE, e Julia Evangelista Tavares, atual presidente do instituto.

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